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Funarte lamenta a morte de J. Borges, Mestre das Artes
J. Borges foi contemplado no Prêmio Funarte Mestras e Mestres das Artes 2023
A Funarte lamenta profundamente o falecimento de José Francisco Borges, o J. Borges, aos 88 anos, em Pernambuco. Contemplado no Prêmio Funarte Mestras e Mestres das Artes 2023, J. Borges foi um dos grandes expoentes da xilogravura e do cordel brasileiro, reconhecido nacional e internacionalmente por sua inigualável contribuição às artes e à cultura.
"Mestre da xilogravura, com suas mãos, gravou o Brasil. Quem nunca foi atravessada pela arte de J. Borges? Celebramos sua obra imensa que de Pernambuco contou, gravou, talhou e pintou a magia do cotidiano, a beleza e a diversidade do nosso país mundo afora. J. Borges imenso, foi e sempre será um mestre das nossas artes brasileiras", destaca a presidenta da Funarte, Maria Marighella.
Nascido em 1935, em Bezerros (PE), J. Borges dedicou sua vida à arte, tornando-se uma figura central, inclusive, na preservação e promoção das tradições culturais nordestinas. Filho de agricultores, autodidata, trabalhou em diversas atividades, desde marceneiro até vendedor de folhetos de cordel, ponto de partida para sua carreira artística.
Em 1964, ele escreveu seu primeiro folheto, O encontro de dois vaqueiros no sertão de Petrolina, que foi um sucesso imediato. Na segunda publicação, O verdadeiro aviso de frei damião sobre os castigos que vêm, J. Borges produz sua primeira xilogravura, movimento que dá início a sua trajetória de xilogravador.
A partir da década de 1970, J. Borges passou a receber encomendas de gravuras, o que consolidou sua carreira de xilogravador. Suas obras, que frequentemente retratavam cenas do cotidiano nordestino, lendas populares e figuras fantásticas, ganharam projeção nacional e internacional, participando de exposições e ilustrando livros, como Palavras andantes, do escritor uruguaio Eduardo Galeano.
Entre os inúmeros reconhecimentos, J. Borges recebeu a medalha de honra ao mérito da Fundação Joaquim Nabuco; a medalha de honra ao mérito cultural do Palácio do Planalto; o Prêmio Unesco; e o prêmio de gravura Manoel Mendive na 5ª Bienal Internacional Salvador Valero Trujillo, na Venezuela. Em 2006, foi agraciado com uma bolsa vitalícia concedida pela Lei do Registro do Patrimônio Vivo, e o Memorial J. Borges foi criado em Bezerros, servindo como ateliê, oficina e galeria.
O Prêmio Mestras e Mestres da Funarte foi lançado no ano passado com o objetivo de honrar e valorizar a trajetória de nomes que ajudaram a construir a história das artes e da cultura brasileira nas últimas décadas. Entre as 50 mestras e mestres contemplados, J. Borges, Mestre que ajudou a engrandecer e difundir o patrimônio artístico e cultural brasileiro. Seu legado continuará a guiar e encantar, como um farol de inspiração.
A Funarte se solidariza com a família, amigos e admiradores de J. Borges.