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Funarte condecora Mestras e Mestres das artes no Encontro Rede das Artes
Foto: Gil Tuchtenhagen
A presidenta da Fundação Nacional de Artes, Maria Marighella, condecorou 50 mestras e mestres, reconhecidos através do Prêmio Funarte Mestras e Mestres das Artes 2023, no Encontro Nacional de Artes, realizado na última quinta-feira (4), no Teatro Dulcina, na cidade do Rio de Janeiro. O evento contou com a participação da ministra da Cultura, Margareth Menezes.
Para a presidenta Maria Marighella, o reconhecimento da vida e obra das mestras e mestres é o primeiro passo para a preservação da memória das artes do Brasil. "Um dos primeiros atos da Funarte ao lançar esse prêmio, é o de reconhecer a trajetória como patrimônio do povo brasileiro. São mestres que foram reconhecidos, mas também premiados por sua contribuição de vida, de experiência pública. Então cada mestre desse foi reconhecido por sua comunidade, por sua obra. O prêmio contempla mestres de todas as unidades da federação, fazendo também recortes de raça, incorporando mestras e mestres negras, indígenas, de toda parte do Brasil, no primeiro reconhecimento à memória das artes, no reconhecimento da trajetória como dimensão da vida das artes. E a gente entende que esse é o primeiro mecanismo de um programa para a memória das artes."
Na ocasião, as 50 pessoas contempladas foram homenageadas pela sua contribuição às artes brasileiras. Com o prêmio lançado em 2023, por meio de edital público, a instituição busca destacar e prestigiar a trajetória de pessoas que detenham notório conhecimento na atividade, e que atuem como referência nas áreas de artes visuais, circo, dança, música, teatro ou artes integradas (manifestações que associam mais de uma dessas linguagens).
Estiveram presentes no encontro, 38 mestras e mestres. Entre eles: Carmézia Emiliano, Verônica Tamaoki, Leo Malabarista, Gisèle Santoro, Humberto Pedrancini, Teuda Bera, Edlamar Zanchettin, Helena Ignez, Salloma Salomão, Bruno Edson, Yara de Cunto, Yolanda carvalho, Duhigó, Espedito Seleiro, Carlos Babau, Cristina Terena, Lia de Itamaracá, Mestre Andila Kaingáng, Mestre Biribinha, Mestra Odete de Pilar, Felizardo, Flávio Sampaio, Mestre Bigica, Jorge Silva, Ítala Nandi, Zé Diabo, Beto Bruel, Paulo César Fernandes, Robertinho Silva, Regina Miranda, Bernardo Bessler, Nei Lopes, Maria Helena Rosas Fernandes, Amir Haddad, Jorginho de Carvalho, Leda Martins, Paulo Flores e Lia Rodrigues.
(Teatro) Amir Haddad, mestre do teatro de rua, se emocionou ao falar sobre o reconhecimento daqueles que dedicaram suas vidas às artes.
"Eu quero ressaltar que finalmente começa-se ter reconhecimento por vidas que foram totalmente dedicadas à cultura, vidas bem sucedidas. Quando a gente chega numa idade mais avançada, a sensação é de que nós não temos para onde ir. Então isso daqui é o início de uma política de apoio àqueles que comprovadamente tiveram uma vida bem sucedida no ofício que escolheram na sua atividade cultural", declarou.
(Música) Lia de Itamaracá, uma das principais representantes da ciranda, completou o amigo e disse estar feliz por receber o título em vida.
"Eu trabalho com a cultura, trabalho com a música, canto, sou feliz. E costumo dizer que se alguém tem que fazer alguma coisa por mim, que faça em vida. Nós somos mestres da cultura e temos muito a ensinar. É um reconhecimento muito importante".
(Teatro) Carlos Babau, o pai, criador da Carroça de Mamulengos, acredita que o título de mestre é uma forma de reavivar a cultura popular brasileira.
"Confesso que é um peso e uma honra ser chamado de mestre. Eu procuro realizar um trabalho com o sentido de cuidar de um sagrado. Creio que esse momento é muito importante, porque com a presença de tantos artistas, de várias artes e de vários fazeres, é uma oportunidade de nós conhecermos os projetos culturais que desejam ser implantados no Brasil e ao mesmo tempo colocarmos como nos sentimos, como nós visualizamos algumas ações, que pode contribuir de alguma forma para o revivamento dessa cultura conhecida como popular, de tradição, de folguedo, para que possamos com essa arte, contribuir para um Brasil cada vez mais justo".
(Circo) Mestre Biribinha, patrimônio da cultura circense lembrou de sua trajetória e agradeceu a Funarte pelo título de mestre.
"Há 66 anos eu principiei essa carreira e não pensava, diante de tantas dificuldades e diferenças que existem nesse país, que eu chegasse a esse momento, aos 74 anos de idade. Um sentimento que é difícil de explicar, o agradecimento ao meu pai e a minha mãe, pois tudo o que sei foi ensinado por eles. É muito difícil dizer em poucas palavras o que estou sentindo, mas fica o meu agradecimento à Fundação Nacional de Artes, a Funarte".