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Teatro Dulcina, Funarte
Funarte apresenta ‘O cachorro que se recusou a morrer’, no Teatro Dulcina
Espetáculo ' O cachorro que se recusou a morrer ' - foto: Fernando Valle
Selecionado no Programa Funarte Aberta 2023 para a programação de espaços da instituição no Rio de Janeiro (RJ), o espetáculo teatral "O cachorro que se recusou a morrer" ocupa o Teatro Dulcina, no Centro da Cidade, de 5 a 28 de abril. O solo, com Samir Murad, é um drama bem-humorado, que mostra um vendedor andarilho, que, além da sua mala de mercadorias, carrega a vivência de ter que ir embora da sua terra e se adaptar em um novo continente. Ele também sofre pelo casamento sem amor dos seus pais, unidos “por encomenda”; e passa pela experiência de ter uma irmã com a saúde mental afetada.
A nova peça, escrita por Murad, parte da memória afetiva do ator, filho de imigrantes libaneses – que divide a direção com Delson Antunes. O argumento deriva das memórias do autor e de histórias, contadas a ele por seu pai, que reportam a luta desse imigrante pela sobrevivência, numa terra estranha.
O projeto foi contemplado com o patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro – Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa –, por meio do Edital Retomada Cultural RJ2.
O espetáculo
“O mascate carrega os conteúdos em sua mala e pretende vendê-los ao público, assim como faz o ator mambembe. Dessas referências nasce um contato intimista e revelador entre o artista, o teatro e o espectador. O texto mistura tempos e espaços, tocando uma dimensão de sonho, a partir da vivência da realidade”, comenta o dramaturgo.
A obra transita entre o drama e o humor. Gravações em áudio de relatos do pai do autor/ator foram fonte de inspiração do texto. Na trama, além de o personagem viver os conflitos entre seus pais, a irmã mais velha dele tem problemas mentais, tendo sido inclusive internada. “São marcas que não se apagam e atravessam toda a vivência familiar de Murad”, aponta a produção. “Conflitos que estão em cada um de nós e ajudarão a resgatar sentimentos no público, por meio de recursos de cenas simples e despretensiosos, apoiados, principalmente, pelo trabalho de corpo e voz do ator”, diz a produção.
“A cena revela uma cultura machista, gerada em dogmas religiosos, que até hoje, também atravessam a maioria dos lares brasileiros. Em alguns momentos, projeções se mesclam a imagens, criadas com fotos reais antigas – que incluem fotos da casa onde tudo se passou, o que acentua o clima de ‘escombros da memória’. A forte presença da trilha sonora, marca a cultura libanesa familiar. Não faltam ao espetáculo os gestos, a mímica e as pantomimas, que emprestam emoção à palavra”.
“Por trás de uma cena de família muitos aspectos da cultura da região do Líbano – alguns deles em gritantes conflitos com os costumes brasileiros – precisam ser revisitados, tais como: a submissão da mulher; a intolerância religiosa; e o poder tribal do patriarca. Quero lhes apresentar essa história porque acredito que ela cumpre a função essencial do teatro: emocionar e provocar uma reflexão sobre a condição humana”, declara Samir Murad. Ele acrescenta que este trabalho vem depois da trilogia Teatro, Mito e Genealogia – a partir de uma pesquisa de linguagem cênica, do autor, baseada em conceitos e práticas teatrais de Antonin Artaud. “Ela foi representada pelos meus trabalhos anteriores: 'Para Acabar de Vez com o Julgamento de Artaud' (2001); 'Édipo e seus Duplos' (2018); e 'Cícero - A Anarquia de um Corpo Santo (2019)'. Com 'O cachorro que se recusou a morrer', o artista propõe uma nova forma de narrativa, mais simples, contida e essencial. “Meu foco, aqui, é a alma do texto. O diálogo com o público”, declara.
Serviço
O Ministério da Cultura (MinC), a Fundação Nacional de Artes – Funarte e o Teatro Dulcina apresentam
“O cachorro que se recusou a morrer”
5 a 28 de abril, sextas-feiras e sábados às 19h e domingos, às 18h
Teatro Dulcina
Rua Alcindo Guanabara, 17 – Centro – Rio de Janeiro (RJ)
Espaço cultural da Fundação Nacional de Artes – Funarte
Ingresso: R$ 40 | Meia-entrada: R$ 20
Classificação etária: 14 anos
Duração: 80 minutos
Ficha técnica
Criação, texto e atuação: Samir Murad | Direção: Delson Antunes e Samir Murad | Cenografia: José Dias | Figurino e adereços: Karlla de Luca | Iluminação: Thales Coutinho | Direção de movimento e coreografia: Samir Murad | Trilha sonora: André Poyart e Samir Murad | Videocenário: Mayara Ferreira | Assistente de direção: Gedivan de Albuquerque | Fotos: Fernando Valle | Mídias sociais: Rafael Teixeira | Produção executiva: Wagner Uchoa | Operação audiovisual: Carol Godinho | Operação de luz: Fabiano Brito | Gestão de Projeto: Fernando Alax e Casa136 Produções Artísticas
Realização: Cia Teatral Cambaleei, mas não caí...
Projeto selecionado no Programa Funarte Aberta – Ocupação dos Espaços Culturais da Funarte no Rio de Janeiro e contemplado com o patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro – Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro – Edital Retomada Cultural RJ2.
Mais informações sobre o espetáculo aqui, na rede social do artista
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Coordenação de Espaços Culturais | Diretoria de Projetos | Funarte: coec@funarte.gov.br