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Artes Visuais
Dois murais premiados por edital da Funarte estão prontos e podem ser visitados
Foto: divulgação do projeto Matriarcado do Pindorama
Como resultado do Prêmio Funarte Murais do Centenário da Semana de Arte Moderna, dois trabalhos contemplados já podem ser visitados pelo público. Na cidade de Claudio (MG), o projeto “Arte Conterrânea em Movimento”, do artista Saulo Pico, pode ser conferido na Praça do Bide. Em Palhoça (SC), “Matriarcado do Pindorama”, de Joh Mayara, foi pintado na área externa do Centro de Cultura de Palhoça (CEU). Ambos foram inaugurados no início do mês.
As obras fazem parte dos cinco premiados pelo edital da Funarte, que teve por objetivo a seleção de projetos de artes visuais específicos para murais. Elas deveriam ser inspiradas, "estética e/ou simbolicamente", no Centenário da Semana de Arte Moderna. Cada proposta recebeu um valor de R$ 50 mil. Os ganhadores tiveram que produzir seus trabalhos em espaços públicos com grande circulação de pessoas. A intenção foi valorizar a produção regional e contribuir para a economia criativa.
Arte Conterrânea em Movimento
Foto: Aroldo Pereira
Realizado na cidade mineira de Claudio, o projeto representa a história, os modos de vida e os costumes dos moradores. Saulo Pico fez uma relação com obras da Semana de Arte Moderna, buscando inspirações culturais próximas ao local. É o maior mural já realizado pelo artista e sua equipe.
De acordo com ele, o trabalho “é sobre a valorização da cultura brasileira, com foco em um recorte da vasta cultura mineira, para mostrar suas belezas, através dos modos de trabalho, das festas locais e regionais, da fé, da culinária, do jeito de se vestir, das horas de lazer, da alegria, do orgulho e das esperanças de um futuro melhor”.
Ele foi o criador, em 2013, do conceito de Arte Conterrânea, que vem crescendo e se multiplicando em desenhos, quadros e principalmente em murais. Ela é formada por um tripé numa junção entre Arte Rural, Arte Urbana e Arte Contemporânea.
Matriarcado do Pindorama
Realizada em Palhoça (SC), cidade da região metropolitana da capital Florianópolis, a arte de Joh Mayara representa lavadeiras, pescadoras, negras, indígenas e trabalhadoras rurais, iluminadas pelo sol de "Abaporu", que observa e vibra junto a sua alegria. O projeto tem o objetivo de valorizar a estética cultural brasileira, a partir da relação do feminino com a terra e as águas, entendendo-as como fonte de vida e de reprodução de fazeres, costumes e memórias, que são pautadas no bem viver dos povos de Pindorama.
Também há a representação das Mães d'Água, popularmente conhecidas através do folclore brasileiro, mas que para os povos tradicionais são mais que folclore – símbolo que envolve cultura e espiritualidade. “Seriam as Mães d'Água as donas dos rios, igarapés e marés, aquelas que provém a vida e o alimento para a terra, enquanto as mulheres que ali trabalham e se banham, são a conexão primordial para o sustento do bem viver de todas as pessoas”, explica a artista.
Ainda de acordo com Joh Mayara, a escolha pela cidade de Palhoça para confeccionar o mural se deu pela “forte presença de povos e comunidades tradicionais, principalmente indígenas e caiçaras, além de quilombolas, ribeirinhos e extrativistas”.
Visitação gratuita
Centro de Artes e Esportes Unificados
R. Neri dos Santos, 148 - Jardim Coqueiros, Palhoça/SC
Praça Bide
Rua Doze, 158, Conjunto Habitacional Lázaro G de Melo, Claudio/MG