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Artes Visuais
Cultura popular e folclore piauiense são temas de oficinas de artes visuais na cidade de Nazária
Crédito: Organização Ponto de Equilíbrio – OPEQ
A pequena cidade de Nazária, no interior do Piauí, possui pouco mais de 8,5 mil habitantes. O município foi um dos beneficiados pelo Prêmio Funarte Artes Visuais Periferias e Interiores 2021/2022. Por meio do projeto “Escola Mestre das Artes”, a localidade recebeu dez oficinas de artes visuais, que capacitaram diretamente 155 pessoas e tiveram como foco a cultura popular e o folclore piauiense.
A iniciativa, de autoria da Organização Ponto de Equilíbrio – OPEQ, ofertou, gratuitamente, aulas de Bordado em Bainha; Desenho e Pintura com Tinta Acrílica; Esculturas, Recorte e Colagem; Pintura com Tinta Acrílica em Três Versões; Fotografia Conceitual; Serigrafia em Tecido; Empreendedorismo e Marketing; Modelagem e Confecção de Bolsas; Performance Contemporânea; e Arte e Produção de Vídeo.
As oficinas foram realizadas no ano passado, nos meses de março a junho, e aconteceram em quatro locais diferentes: na Escola Municipal Ernesto Ribeiro Soares, na Escola Municipal Crispim II, na Associação das Bordadeiras de Nazária e no Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Cidade de Nazária.
De acordo com Luís Carlos Machado do Vale, diretor do projeto, o objetivo foi atender principalmente adolescentes de 16 anos, moradores de áreas periféricas. “O grande desafio é conquistar esses jovens para que possam se interessar por artes visuais e entender que podem mudar a vida através da arte. Queremos dar continuidade a esse projeto”, frisou.
A participação e o interesse dos alunos em todas as ações oferecidas foram destacados pelos professores que integraram a “Escola Mestre das Artes”. Érika Rodrigues, por exemplo, ministrou a oficina de Performance Contemporânea. De acordo com ela, “foi uma experiência muito divertida. E apesar das alunas não terem contato com a dança, elas estavam abertas a aprender mais e eu me senti acolhida por cada uma delas”.
Wagner Santos, professor de Fotografia Conceitual, falou sobre o curso que lecionou. “Está sendo maravilhoso. (...) A interação está sendo bem proveitosa, estão interagindo bastante. As fotografias são cada vez mais evoluídas e são interessantes as perguntas deles, porque são voltadas ao mercado que eles querem trabalhar. E outros estão fazendo muito mais por curiosidade e estão adquirindo paixão por fotografia”, completou.
Como resultado do projeto, os participantes confeccionaram panos de pratos, painéis, esculturas, desenhos, camisas e bolsas, entre outros objetos. A ideia, agora, segundo Luís Carlos Vale, é “alinhar uma parceria de trabalho com a Associação de Bordadeiras de Nazária”. Ele classificou o edital da Funarte “como um grande impulsionamento para o retorno das atividades do município, que se encontrava com escolas fechadas e alunos desestimulados”.
E finalizou: “o projeto foi sensível ao mercado produtor cultural gerando renda por meio de produtos artísticos na cidade, trabalhando a autoestima e viabilizando ferramentas de desenvolvimento de trabalho através da arte”.
Sobre o edital Periferias
Realizado pela Fundação Nacional de Artes, o Prêmio Funarte Artes Visuais Periferias e Interiores contemplou, em sua segunda edição, 16 projetos com R$ 50 mil cada. O objetivo foi realizar oficinas temáticas presenciais na área de artes visuais. As atividades precisavam ser desenvolvidas em periferias urbanas com características de vulnerabilidade social e econômica ou em cidades com população de até 150 mil habitantes.
As oficinas abordaram as artes visuais em suas práticas convencionais, contemporâneas ou aplicadas. Com as ações, a ideia foi apresentar ferramentas para tornar a produção artística uma atividade economicamente sustentável, além de oferecer noções básicas de planejamento financeiro e marketing para os participantes das aulas.
Acesse aqui o vídeo final do projeto “Escola Mestre das Artes”, no Youtube da Funarte.