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Conheça mais sobre o trabalho do artista plástico Roberto Burle Marx
Foto Acervo do Sítio Roberto Burle Marx/IPHAN
As formas orgânicas e sinuosas deram vida à estética de Roberto Burle Marx. Nascido em São Paulo (SP), em 1909, foi um artista multidisciplinar que atuou como desenhista, pintor, gravador, arquiteto, urbanista, paisagista e designer de joias. Seu nome é constantemente atrelado à construção da capital do país, Brasília (DF), e a diversos monumentos famosos espalhados pelo Brasil.
Um deles é o Palácio Gustavo Capanema, sede da Fundação Nacional de Artes – Funarte, localizado no Centro do Rio de Janeiro (RJ). Outro é o Conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), cujo projeto é em conjunto com o arquiteto Oscar Niemeyer.
Pensar nas obras de Burle Marx é mergulhar em um espaço formado, principalmente, pela valorização da paisagem natural do Brasil. A representação da natureza era um dos pontos principais da criatividade do artista. Prova disso é que ficou reconhecido internacionalmente por criar o chamado paisagismo tropical moderno, que introduziu o uso de plantas nativas brasileiras nas artes plásticas.
A paixão por botânica fez com que realizasse excursões pelo país para desenvolver pesquisas na área. Em seus projetos, destacavam-se massas de cor formadas por grupos de arbustos, árvores e plantas regionais, além da união de elementos como pedras e areia, criando jardins que se assemelham a “pinturas naturais”.
É o caso do Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro. Fruto do trabalho colaborativo de várias personalidades modernistas, o local teve seu paisagismo feito por Burle Marx. Como de costume, ele utilizou espécies nativas e, dessa forma, concebeu “jardins sensoriais” – espaço que oferece bem-estar e lazer, além de ser ambiente composto por boa variedade de plantas e estruturado com o propósito de oferecer, aos visitantes, estímulo aos cinco sentidos.
A mesma temática o acompanhou nos quadros, pintando natureza-morta e retrato, estabelecendo diálogos com obras de artistas como Picasso, Candido Portinari e Di Cavalcanti. Posteriormente, trabalhou com geometrismos, levando suas paisagens em direção ao abstracionismo.
Sítio Roberto Burle Marx
Em 1949, Burle Marx adquiriu o “Sítio Santo Antônio da Bica” em Guaratiba, no estado do Rio de Janeiro. O local era seu laboratório vivo, onde estudava e observava as plantas. Algum tempo depois, o artista plástico estabeleceu ali sua residência, viveiro e coleção de plantas tropicais. Em 1985, o espaço foi doado para o governo brasileiro, tornando patrimônio nacional.
Agora, denominado Sítio Roberto Burle Marx, está sob a direção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Possui mais de 3.500 espécies de plantas. Foi tombado como Patrimônio Cultural nos níveis estadual e federal. Em julho de 2021, foi inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco, tornando-se o 23º bem brasileiro a receber a chancela.