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Artes Visuais
Com inscrições abertas para edital que contempla a categoria do grafite, Funarte relembra início da técnica no país
Mural criado durante o evento FUN ARTE, no RJ (Crédito: Equipe FUN ARTE - CCOM)
A Fundação Nacional de Artes está com inscrições abertas até o dia 31 de agosto para o Prêmio Funarte Murais do Centenário da Semana de Arte Moderna. Com abrangência nacional, a iniciativa integra um conjunto de ações relacionado aos cem anos do evento – considerado um dos marcos artístico-culturais mais importantes do país.
O concurso tem como meta realizar a seleção de projetos de artes visuais específicos para murais. As obras devem ser inspiradas, "estética e/ou simbolicamente", no Centenário da Semana de Arte Moderna. Serão contempladas cinco propostas, com R$ 50 mil cada uma.
Na confecção das peças artísticas, devem ser utilizadas as técnicas do grafite, podendo ser combinadas com stencil, "3d art", "sticker art", lambe-lambe e outros – a intenção é priorizar o uso de materiais sustentáveis. Cada mural a ser produzido deverá ter metragem mínima de cem metros quadrados.
Os ganhadores terão que produzir seus trabalhos em espaços públicos com grande circulação de pessoas. O objetivo da ação é incentivar a visitação do circuito turístico e artístico, além de valorizar a produção regional e contribuir para a economia criativa. Todas as informações sobre o Prêmio estão disponíveis na página eletrônica da Funarte.
Grafite
Você sabe quando que o grafite começou no país? No Brasil, o nome do artista plástico Alex Vallauri se entrelaça com o início dessa manifestação artística. Considerado um dos precursores da técnica no país, nasceu na Etiópia em 1949 e se mudou em 1965 para São Paulo. Os muros da capital paulistana nunca mais foram os mesmos depois da passagem kitsch, colorida, cheia de mistérios e personagens icônicos do seu trabalho.
Alex Vallauri estudou gravura e formou-se em Comunicação Visual pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), localizada na cidade de São Paulo. Em 1978, passou a fazer grafites em espaços públicos da megalópole. Produziu silhuetas de figuras, utilizando tinta spray sobre moldes de papelão (stencil).
Subverteu o conceito de suporte para as artes plásticas e espalhou pelos muros da cidade a sua concepção artística que envolvia as pin-ups ao telefone e em diversas cenas conhecidas como “A Rainha do Frango Assado”, assim como outros símbolos da sociedade de consumo e pop art.
Juntamente com o grafite de Vallauri, destacam-se os trabalhos de Waldemar Zaidler e Carlos Matuck. O grupo Tupinão Dá – composto por Carlos Delfino, Jaime Prades e Milton Sogabe – é outra referência importante quando o assunto é o grafite em São Paulo. O grupo realizou performances e grafitagens durante toda a década de 1980. Após a morte de Alex Vallauri, em 1987, foi instituído o Dia do Grafite em 27 de março em sua homenagem.