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ARTES VISUAIS
Com inscrições abertas para edital que contempla a categoria de arquitetura, Funarte relembra o trabalho de Oswaldo Bratke
Imagens extraídas do livro "Oswaldo Arthur Bratke - A arte de bem projetar e construir", de Guilherme Mazza, Editora PW.
A Fundação Nacional de Artes está com inscrições abertas até o dia 9 de setembro para o Prêmio Funarte Olimpíadas das Artes Visuais. O edital vai contemplar cem projetos com R$ 2,5 mil cada, nas categorias de Arquitetura; Desenho; Design Visual, de Moda e de Produto; Arte Digital; Escultura; Fotografia; Gravura; e Pintura.
A iniciativa faz parte de um conjunto de ações, cujo foco é o incentivo à produção artística e, ainda, à difusão de processos criativos em artes visuais no meio acadêmico. O objetivo do certame é valorizar a diversidade cultural brasileira e o intercâmbio entre as linguagens convencionais, contemporâneas e aplicadas.
Podem participar estudantes de todo o país, matriculados em instituições de ensino superior ou técnico de Artes Visuais, bem como em cursos relacionados às categorias do edital. Todas as informações sobre o Prêmio estão disponíveis na página eletrônica da Funarte.
Oswaldo Bratke
Este mês, um importante arquiteto brasileiro estaria completando mais um ano de vida. Trata-se de Oswaldo Arthur Bratke, nascido em 24 de agosto de 1907, em Botucatu (SP). Considerado um dos principais nomes da arquitetura moderna paulista, teve trabalhos publicados em todo o Brasil e no exterior.
Ingressou na Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie em 1926, formando-se em 1931 como engenheiro-arquiteto. Dois anos após o fim da graduação, criou uma sólida sociedade com o arquiteto Carlos Botti, onde realizaram uma série de projetos em parceria, com destaque para o Gran Hotel de Campos do Jordão (SP). Na década de 1940, com a morte do ex-sócio, segue carreira solo desenvolvendo projetos em arquitetura e planejamento urbano.
Dentro do conjunto de obras, tem como característica o desenvolvimento de uma forte produção residencial no estado de São Paulo, com destaque a casa de sua família no bairro do Morumbi, Residência Oscar Americano, Residência Paulo Nogueira Neto e Residência Pierre Loeb e também, de edifícios, como o ABC, Renata Sampaio Ferreira e Linneu Gomes, por exemplo.
A abrangência dos trabalhos de Bratke extrapolou o perímetro nacional e muitos destes foram publicados na Europa, Américas e Ásia, intitulado como um dos principais arquitetos do século XX por John Peter em seu livro The oral history of modern Architecture.
Arquitetura moderna no Brasil
Escola Paulista é o termo que se usa para definir uma parte da produção de arquitetura moderna no Brasil. Essa escola, como o próprio nome já diz, tinha sua principal atividade no estado de São Paulo, e era formada por um grupo de profissionais que tinham como líder o arquiteto João Batista Vilanova Artigas.
A produção arquitetônica desse movimento começa a ganhar destaque a partir de 1950, no período do pós-guerra, e foi nessa mesma época que surgiu na Europa o Brutalismo – uma vertente do modernismo que colocava vigas, pilares e outros elementos em exposição.
De uma maneira bem simples, pode-se dizer que a Escola Paulista vai ser uma releitura do Brutalismo Europeu, só que aplicado dentro da realidade e do contexto brasileiro. Existem três características arquitetônicas que dizem muito sobre o que foi a escola paulista, que são a ênfase na técnica construtiva, valorização da estrutura e adoção do concreto armado aparente.
Alguns projetos se destacam nesse movimento, como o Anhembi Tênis Clube, o Ginásio de Guarulhos e a Residência Tomie Ohtake. É importante dizer que se o antigo Ministério da Educação e Saúde (MES) – hoje conhecido como Palácio da Cultura – é o edifício símbolo da Escola Carioca no Rio de Janeiro, a obra que marca a Escola Paulista em São Paulo é o edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), projetado por Artigas.