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REDE DAS ARTES: DA RETOMADA À POLÍTICA NACIONAL DAS ARTES - 04 de julho de 2024
Bom dia a todas e todos! Eu sou Maria Marighella, [audiodescrição breve…]. Sou artista de teatro, e hoje, presidenta da Funarte, a nossa Fundação Nacional de Artes do Ministério da Cultura do Brasil. Peço licença para pisar meus pés nesse palco-templo, espaço sagrado das artes, da criação, da inventividade - nosso bem maior. Este teatro, que a Funarte tem a honra de gerir, não só carrega o nome, mas foi fundado há quase 90 anos pela gigante Dulcina de Moraes - atriz, gestora e uma mulher das artes, hoje reconhecida como Heroína da Pátria! Dulcina é uma das protagonistas de nossa luta pela liberdade e pela democracia. Ela representa tantas outras “estrelas” que também já pisaram neste tablado, e suas memórias merecem toda nossa reverência. É como diz nosso grandioso imortal Ailton Krenak em suas ideias para adiar o fim do mundo: “somos pequenas constelações de gente espalhada pelo mundo que dança, canta, faz chover. Gente que ajuda a suspender o céu.”
Em nome de Dulcina e Krenak, saúdo todas as Mestras e Mestres das artes brasileiras, especialmente os que estão aqui presentes e vieram de todas as regiões do país. Vocês são nossos e nossas grandes homenageadas nesse encontro afetuoso. Cinquenta estrelas dessa constelação de gentes que suspendem o nosso céu e tiveram suas trajetórias reconhecidas pelo Prêmio Funarte Mestras e Mestres das Artes. Guardiãs e guardiões do saber que, neste vasto país, se somam a outras centenas de seres luminosos. Eu os saúdo em nome da Funarte, ciosa de que estamos diante da memória viva e vibrante das artes do nosso país. E a memória, sabemos, é terreno de disputa, e nós disputamos, sim, o imaginário - social e coletivo, colorido, e diverso! Obrigada por estarem aqui!!!
Cumprimento com muita alegria nossa ministra da Cultura. Margareth Menezes, que muito antes de ocupar o posto de “timoneira” do MinC renascido e revivido, é uma Mestra das Artes Brasileiras, reconhecida e amada pelo nosso povo, reverenciada como artista dentro e fora do Brasil. Obrigada Ministra, pela oportunidade de promover políticas para o fortalecimento da nossa Rede das Artes. Uma rede da qual a senhora, como artista, é elo fundamental há quase quatro décadas e hoje, como Ministra, ministra artista, é força propulsora para tantos movimentos emancipatórios!
Saúdo também todas e todos os dirigentes do Sistema MinC aqui presentes, colegas aguerridos e incansáveis dessa retomada!
É com o coração repleto de honra e gratidão pelo caminho trilhado nestes 15 meses de gestão, que saúdo toda a equipe da Funarte, em nome de cada um e cada uma, agradeço a todas e todos servidores públicos federais da carreira da cultura. Nossa gestão é uma aliada na luta por melhores condições de trabalho, pela criação de um plano de carreira específico e pela ampliação da quantidade de servidores no MinC e em suas entidades vinculadas. Tudo isso para estarmos à altura da importância da cultura brasileira.
Em nome de Fabricio Noronha, Secretário de Cultura do Espírito Santo e presidente do Fórum Nacional de Secretários, Secretárias e Dirigentes Estaduais de Cultura, saúdo todas e todos os dirigentes de Cultura do Brasil, que tem realizado importantes articulações para colocar as políticas culturais como prioridade do desenvolvimento econômico, social e cidadão de nosso povo.
Em nome do/a Deputado/a Federal _________________, agradeço a presença das e dos parlamentares federais, estaduais e municipais aqui presentes, representantes aguerridos de nossa defesa da cultura e das artes nos legislativos brasileiros.
Em nome da atriz gaúcha, atuadora imprescindível em tantas lutas, a querida amiga Tânia Farias, eu saúdo com toda solidariedade o povo do Rio Grande do Sul e, em especial, suas trabalhadoras e trabalhadores das artes e da cultura! Diante de uma tragédia climática tão assombrosa, estamos mobilizadas para reduzir os impactos devastadores e que, infelizmente, são fruto do negacionismo climático que ainda existe em nosso país. Além de prestar nossa solidariedade, reafirmo o compromisso da Funarte, junto ao Ministério da Cultura, para somar esforços na elaboração de ações voltadas à retomada e a reconstrução da cena artística gaúcha.
Sabemos que essa é a vocação das gentes da cultura brasileira: “ajudar a suspender o céu!!!”
E estamos aqui hoje reafirmando a importância de políticas para as artes que possam fazer essa vocação ainda mais potente e transformadora. Obrigada a todas e todos os agentes artísticos, as instituições públicas e privadas, representantes de grupos, espaços e eventos que vieram a esse encontro, e atenderam a esse “chame gente” da Funarte.
[PAUSA]
Há quase exatamente 1 ano, no dia 10 de julho de 2023, realizamos o lançamento “Funarte Retomada”, quando apresentamos um conjunto de programas de fomento para diversos elos da rede criativa das artes brasileiras. Naquela ocasião eu disse que a “ética do agir alimentava a prática da nossa gestão”. E é com muita alegria, Ministra Margareth, que hoje já podemos acompanhar os resultados, em ação, dos quase 1.000 projetos fomentados pela Funarte e, ainda, apresentar uma nova etapa dessa construção: da Retomada à Política Nacional das Artes!
Mas antes de falar do futuro, quero aqui celebrar o encontro de passado e presente!
Todos já sabem, os amados projetos históricos da Funarte estão finalmente de volta!!! Reunidos no Programa de Difusão Nacional, a partir de agora, estão também retomados os simbólicos: Carequinha, de Circo; Klauss Vianna, de Dança; Marcantonio Vilaça, de Artes Visuais; Myriam Muniz, de Teatro e Pixinguinha, de Música!!!
Depois de quase uma década de interrupção, nossa gestão teve a honra e a responsabilidade de atualizá-los em forma e conteúdo. Os projetos contemplados nestes cinco editais representam 181 circuitos artísticos que irão passar por 353 cidades em todas as unidades da federação. Serão mais de 1.300 atividades artísticas pelo país!
Estes projetos fazem parte da memória coletiva das artes, mas também se entrelaçam às trajetórias individuais de diferentes artistas brasileiras. E, como não poderia deixar de ser, também da nossa Ministra Artista.
Em 1986, ela, que já atuava como atriz, se apresentou em outro palco sagrado, o do Teatro Castro Alves, em Salvador, dentro do Projeto Pixinguinha da Funarte. Em profundo agradecimento e reconhecimento à sua trajetória de artista, que exalta a cultura afro-brasileira e o saber popular, eu quero presenteá-la, Ministra, com a réplica do cartaz da edição do Pixinguinha de 1986. Nesta edição, com a senhora, se apresentaram outros nomes fundamentais para as nossas artes, dentre eles, a imensa Zezé Motta, que completou 80 anos na última semana.
[ENTREGA O CARTAZ]
Um cartaz histórico para as políticas para as artes, agora nas mãos de uma mulher que também faz história com sua arte e também na política!
O testemunho dessa história, atesta a importância da política pública criar circuitos que conectam elos dessa nossa imensa Rede das Artes espalhados por esse país continental.
Como uma flecha lançada do presente rumo ao futuro, anunciamos também a construção da PLATAFORMA FUNARTE REDE DAS ARTES, um ambiente virtual colaborativo que permitirá a visibilidade dessa nossa rede, com toda sua capilaridade territorial e diversidade. Uma plataforma que nascerá com os perfis de mais de 300 agentes artísticos selecionados pelos programas da Funarte em 2023, juntamente com os dados relacionados às programações artísticas e aos circuitos de difusão das artes. Uma tecnologia de integração e interatividade entre artistas, programadores e público, alimentada pelos próprios realizadores, tecendo um grande mapa das artes, com possibilidade de trocas, conexões, partilhas culturais e artísticas. A plataforma também estará disponível para que estados e municípios integrem seus programas de difusão à Rede Nacional, criando possibilidades de aproximação e desdobramentos de circuitos e ações artísticas. Esta é mais uma ação de conexões e conectividade entre as políticas para as artes, seus e suas agentes e o público brasileiros!
[PAUSA]
Na retomada da Funarte, em 2023, semeamos e fizemos crescer raízes fortes para que, em diálogo com agentes, gestores e gestoras das artes, possamos fazer florescer a Política Nacional das Artes. Este é o maior compromisso de nossa gestão, uma demanda histórica do setor, referendada como uma das propostas mais votadas na 4a Conferência Nacional de Cultura.
Os primeiros passos para isso já estão sendo dados. No interior do Ministério da Cultura foi instituído pela Ministra, sob coordenação da Funarte, um grupo de trabalho entre dirigentes do MinC que está formulando bases conceituais da PNA. Em breve, essas construções serão compartilhadas com outros gestores, pesquisadores, movimentos, agentes e instituições, em um grande seminário internacional de Políticas para as Artes, realizado em parceria com o SESC SP: de 17 a 19 de setembro. Salvem a data!
Entretanto, de algumas coisas já temos certeza para partilhar: a Política Nacional das Artes deve ser também instrumento para a ampliação e garantia do direito às artes a todas e a todos os brasileiros. E ela só será verdadeiramente forte e potente se estiver conectada à maior política nacional de fomento à cultura das últimas décadas: a Política Nacional Aldir Blanc.
Por isso, desde já agradecemos às gestoras e gestores públicos de cultura que atenderam nosso convite para uma construção colaborativa de diretrizes que vão orientar a aplicação dos recursos federais destinados a Estados e Municípios em programas e projetos para o campo artístico.
Anunciamos que hoje já está estabelecido um fórum entre a Funarte e gestores das artes que representam os órgãos estaduais de cultura de todas as 27 unidades da federação. E, em breve, avançaremos para a construção federativa com capitais e municípios. Com a participação dessas e desses gestores, também já está em curso uma ampla pesquisa feita pelo Observatório da Economia Criativa, que irá mapear as políticas já implementadas pelos entes, a fim de reconhecermos desafios comuns e experiências exitosas. Um verdadeiro raio-X da institucionalidade do fomento às artes. Compreender a vocação e a relevância de cada ente e agente que forma a Rede das Artes é a única maneira de formular uma Política Nacional que atenda toda a diversidade artística brasileira.
E se antes desmontaram as esferas de articulação e participação social, hoje, reafirmo o compromisso do MinC e da Funarte com a reconstrução dos Colegiados, como parte dos Sistemas Setoriais das Artes. A volta destes espaços em 2025, também reivindicada na 4a Conferência Nacional de Cultura, terá papel decisivo na legitimação e no aprimoramento de todo esse processo.
Desse trabalho coletivo e articulado, será criado um Caderno de Diretrizes Orientadoras da Política Nacional das Artes, uma publicação de referências e práticas que possam ser faróis: apontando prioridades, atribuições e articulando uma sinergia de implementação da Política Nacional das Artes por meio da Política Nacional Aldir Blanc.
A oportunidade de realizarmos esse sonho antigo confere a todas e todos nós, agentes públicos e da sociedade civil, a responsabilidade de uma feitura conjunta. Uma confluência federativa que irá articular uma teia, orientar seus fios e criar entrelaçamentos para organizar o investimento público nas expressões artísticas brasileiras. Linhas que tecem nossos sonhos, esforços e objetivos comuns, em rede.
Para encerrar, novamente, me inspiro nos ensinamentos de outro Mestre, nosso querido Nego Bispo.
“Um rio não deixa de ser um rio porque conflui com outro rio, ao contrário, ele se fortalece. Quando conflui, ele passa a ser ele mesmo e outros rios – ele rende. A confluência é uma força que rende, que aumenta”.
Confluir para render e aumentar. É esse o nosso chamado aqui e agora!
Sejamos rios nesta grande confluência em Rede: DA RETOMADA À POLÍTICA NACIONAL DAS ARTES!!!
Nego Bispo, presente! Dulcina de Moraes, presente!
Ailton Krenak, presente!
Mestras e mestres das artes brasileiras, presentes!
A inesgotável Rede das Artes, presente!
Maria Marighella