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MESA REDONDA ABRE “9º COLÓQUIO FOTOGRAFIA E IMAGEM: AUTOGRAFIAS” EM BELÉM
Participam das discussões os fotógrafos Patrick Pardini, Luiz Braga e Mariano Klautau Filho, que fazem parte do grupo que vivenciou essa década de intensa atividade, a partir da qual a capital paraense passou a ser reconhecida em todo o cenário nacional como lugar de produção fotográfica singular.
Além do momento de abertura, desse período será resgatado o formato de Autografia, um tipo de discussão coletiva e informal, realizada a partir da apresentação da obra ou ensaios de um importante autor para a fotografia. Essas reuniões eram conduzidas por um participante interessado em compartilhar com os colegas o trabalho de determinado artista, numa época em que esse tipo de informação mais especializada não era de fácil acesso à maior parte do público.
Nas cinco Autografias programadas para o Colóquio as rodadas de diálogos serão retomadas, mantendo o caráter expositivo sobre os autores previamente escolhidos, com o diferencial de uma abordagem mais aprofundada não só pela alta disponibilidade de informações e ferramentas de pesquisa, mas pela ampliação do acesso a espaços formais para o desenvolvimento de análises e estudos, como programas de pós-graduação e outros espaços universitários.
Realizado pela Associação Fotoativa desde 2002, o Colóquio teve sua nona edição contemplada pelo Edital Conexão Artes Visuais Minc/Funarte/Petrobras por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. E, desde a sua última edição, conta com o apoio do Centro Cultural Sesc Boulevard, local em que serão realizadas as atividades
Mesa de abertura – A constante experimentação e vivência em grupo por pessoas de diversas idades e formações, que participavam de atividades e manifestações relacionadas à fotografia e outras linguagens artísticas, fizeram de Belém, a partir dos anos 1980, um “território de intensa produção fotográfica”.
É o que conta o fotógrafo e pesquisador Mariano Klautau Filho, em artigo acadêmico publicado no primeiro semestre deste ano na revista publicada pela Faculdade de Comunicação da FAAP.
No texto, ele também lembra que o início desse movimento, dinâmico e responsável pela formação de várias gerações de fotógrafos nas décadas seguintes, coincide com a história de criação de grupos como a Fototiva, em 1984, mas que só se constituiu como associação no ano 2000; e o FotoPará, que em 1985, ano de atividade mais intensa do grupo, estimulou o debate sobre linguagem por meio da realização das autografias.
Como resultado de toda essa efervescência cultural, também caracterizada pela realização de eventos como a Semana Nacional de Fotografia, promovida pela Funarte em Belém também em 1985, a cidade apresentaria ao restante do país uma atitude que se distancia da representação dos assuntos regionais por fotografias de paisagens e bichos para adotar abordagens baseadas em projetos documentais de longa duração e em experimentações com a imagem, incluindo uma dimensão mais ampla e em diálogo com a ciência e a arte.
Expectativas - “Sou recifense e estou em São Paulo há três anos. Mas, no Recife, sempre víamos a produção paraense com referência e um ‘pessoal’ que sempre estava anos na nossa frente (em produção e organização)”, comenta um dos convidados do Colóquio, Alexandre Belém, que é jornalista, fotógrafo e editor de imagens, respondendo hoje como criador e editor do blog Olhavê, co-autor do site Perspectiva e editor do blog Sobre Imagens.
Na conversa por email, ele também falou da expectativa gerada pela leitura de portfólios, uma das atividades da qual ele participará durante a programação. “Quando se fala na fotografia paraense, as expectativas são sempre as melhores. O bom de uma leitura de portfólio é a troca, a surpresa, a dinâmica… o que podemos tirar desta troca”, completa.
Também entrevistado por meio eletrônico, o premiado fotógrafo João Castilho, que ministrará o workshop “Fotografia na arte contemporânea”, entre outras atividades, destacou o interesse pela produção artística visual do estado.
“A produção não apenas de Belém, mas do Pará sempre chamou minha atenção. Não apenas pelo grande volume de obras produzidas, mas sobretudo pela qualidade e personalidade dos trabalhos”, explica.
Sobre os currículos submetidos e avaliados para a participação no workshop, ele também se mostra otimista. “São de altíssimo nível. Espero umworkshop com grande participação dos envolvidos e espero não apenas passar conhecimento, mas aprender com todos eles”, assegura.