OBRA; “Olho/Infinito/Labirinto” – Exposição; “Corpos que percorrem um espaço dividido”
Em 2017 participei da exposição “Corpos que percorrem um espaço divido”, com a instalação “Olho/Infinito/Labirinto”, a exposição aconteceu entre os dias 5/10/2017 à 4/11/2017 nas galerias Flávio de Carvalho e Mário Schemberg na Funarte. A exposição foi fruto da Residência “Ateliês Educativos/MINC – Funarte” , através do Coletivo Amuela, onde trabalhamos no atelier entre os meses de Maio à Dezembro, realizando formações internas, oficinas de arte durante a exposição. Fomos responsáveis em realizar a ação educativa da exposição, artistas, produtores, curadores, e integrantes do grupo Amuela formaram uma equipe, nos revezando durante o período expositivo para realizar o educativo e as oficinas dentro do atelier durante o período de exposição.
Cada dia de exposição foi único, nos remetendo a experiências e aprendizados enriquecedores, onde cada visitante deixou sua expressão em relação aos trabalhos expostos. Pois quando uma pessoa olha uma obra de arte, ela a entende com todo o seu universo, sua memória afetiva, seus percursos e caminhos, sua experiência de vida. Pois o aprendizado e a transmissão do conhecimento é uma ação afetiva.
Em um dos dias de exposição e ação educativa as crianças que visitavam a Funarte adentraram a galeria Mário Schemberg e começaram a brincar dentro da instalação “Olho/Infinito/Labirinto”, esse momento foi registrado pela produtora Laís Silveira.
A instalação é uma obra de imersão, onde construi um labirinto de tecido voil, rodeando um panorama de gravuras(linóleogravura e monotipias), a instalação é constituída também por uma gravação sonora ( 38:38 minutos) com poesias de minha autoria.
São quase doze metros de gravura, retratando personagens que surgem do cotidiano e remetem aos meus textos, pois trabalho com poesias e contos. Poesia, gravuras e o labirinto formam a instalação “Olho/Infinito/Labirinto”, uma obra imersiva, adentrando o labirinto o espectador escuta a gravação sonora e percorre um caminho livre, pois as paredes são de tecido, são paredes flutuantes, através da materialidade do voil temos o efeito de velatura das imagens, que ao mesmo tempo revelam-se conforme o percurso de cada pessoa.
A obra parte da materialidade para a desmaterialização, onde o texto, os rostos e a flutuação do labirinto remetem ao espaço sensível da narrativa e do percurso, constituído por um panorama, temos o elemento da paisagem ficcional, não como uma paisagem direta e sim com sensação de se avistar um horizonte constituído de rostos.
O percurso individual, o olhar para os rostos, a escuta, formam uma teia de memórias e sensações que são inerentes a cada visitante. A desmaterialização dar-se-á através do imaginário, da velatura e percurso do labirinto, causando uma sensação de se adentrar em um outro tempo, um tempo suspenso, que é o tempo da poesia.
Realizar esse trabalho, participar da residência, do atelier, das formações e exposição foi extremamente enriquecedor, e um dos momentos mais importante para minha trajetória como artista.
O Coletivo Amuela me deu todo respaldo e apoio para que eu realizasse essa obra, foram muitos os momentos de alegrias e desafios, onde contei com todo apoio do coletivo, tutores, produtores e artistas. Acompanhamos o processo um do outro, dos primeiros dias de ateliês até a exposição, incluindo a montagem e desmontagem. O apoio dos produtores foi essencial, assim como curadores e tutores.
Uma enorme felicidade participar dessa exposição e da residência como um todo, que o Coletivo Amuela tenha seu trabalho reconhecido, pois foi excelente e que novas residências se formem, dando oportunidades a novos artistas e produtores.