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Tenda Multiétnica: Funai apoia evento de incentivo a encontros interculturais entre povos indígenas de Goiás
Cerca de 500 indígenas de diversos povos participaram da Tenda Multiétnica na cidade de Goiás (GO). O evento, realizado entre os dias 12 e 15 de junho, contou com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Museu Nacional dos Povos Indígenas, órgão científico-cultural da Funai. Entre outras etnias, estiveram presentes indígenas dos povos Avá-Canoeiro, Iny (Karajá), Tapuia do Carretão, Xavante, Kaingang, Apinajé, Kalapalo, Bororo, Guajajara, Krahô-Canela, Timbira e Terena.
A Tenda Multiétnica é uma das principais atrações do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA) 2024. Criada para incentivar encontros interculturais entre povos indígenas do Cerrado, a Tenda Multiétnica contou com oficinas, rodas de conversa, debates, apresentações culturais, minicursos, exposição de produtos, exibição de filmes e documentários, painéis fotográficos, shows e comercialização de artesanato. A diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas, Fernanda Kaingang, participou da mesa de abertura do evento e foi a conferencista principal com o tema "A proteção do patrimônio cultural dos povos indígenas e comunidades tradicionais".
O apoio ao evento vai ao encontro dos princípios que norteiam a atuação da Funai, entre eles o reconhecimento da organização social, costumes, línguas, crenças e tradições dos povos indígenas. A Tenda reforçou a presença da autarquia indigenista na região para proteger e promover os direitos dos indígenas. Por meio da Coordenação Técnica Local em Goiânia (CTL-GYN), a Funai manteve diálogo com órgãos do governo estadual. Além disso, os servidores da autarquia forneceram orientações técnicas e tiraram dúvidas dos indígenas presentes.
O chefe da CTL-GYN, Francisco Oliveira, ressaltou a importância da participação da Funai na Tenda Multiétnica para fortalecer as articulações em torno da criação da Rede Intersetorial de Proteção Social para Povos Indígenas em Goiás. “Esta iniciativa, proposta pela Funai, visa qualificar todos os órgãos que assistem aos povos indígenas, encurtando o caminho para a resolução de demandas de proteção social e promovendo um diálogo mais assertivo e célere entre as instituições”, pontuou.
O assistente técnico da CTL-GYN, Haroldo Resende, destacou a inovação que a Rede representa em Goiás. "Ela é um meio de trazer visibilidade para a política indigenista estatal, capacitar servidores, agentes, órgãos, instituições e os próprios indígenas acerca de seus direitos e como acessá-los, além de reafirmar para toda a sociedade goiana que a Funai está presente na capital do estado", afirmou.
FICA
Promovida pelo Governo de Goiás por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), a 25ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA) contou com a correalização da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Fundação de Rádio e Televisão Educativa e Cultural (Fundação RTVE).
Com o tema "Tecnologia, Inovação e Mudanças Climáticas", o FICA deste ano ofereceu uma programação diversificada. Entre as atividades destacaram-se painéis; conferências nacionais e internacionais; Encontro das Escolas de Cinema do Brasil Central, promovido pela Universidade Estadual de Goiás (UEG); shows e apresentações culturais. A Tenda Multiétnica, apoiada pela Funai, reuniu povos indígenas e tradicionais para debates sobre temas variados. Além disso, eles realizaram diversas expressões culturais.
Rio Vermelho
Durante o evento, foi sancionada a lei do município de Goiás que reconhece o Rio Vermelho como ente vivo e sujeito de direitos. A Funai participou do ato como testemunha, a convite de autoridades locais. O projeto que deu origem à lei, de autoria da vereadora Elenizia da Mata, é uma parceria de saberes entre as comunidades locais, quilombolas e indígenas. A participação da Funai na sanção ilustra a preocupação da autarquia com a promoção de políticas públicas mais assertivas para a proteção do meio ambiente e dos saberes tradicionais dos povos indígenas.
A lei estabelece como direitos do Rio Vermelho, entre outros: manter seu fluxo natural e em quantidade suficiente para garantir a saúde do ecossistema; nutrir e ser nutrido pela mata ciliar e as Florestas do entorno e pela biodiversidade endêmica; existir com suas condições físico-químicas adequadas ao seu equilíbrio ecológico; inter-relacionar-se com os seres humanos por meio da identificação biocultural, de suas práticas espirituais, de lazer, da pesca artesanal, agroecológica e cultural.
Além disso, a lei proíbe o município de Goiás, para fins de preservação ambiental do Rio Vermelho, de lançar resíduos sólidos e líquidos nos mananciais que, de maneira direta ou indireta, possam causar poluição ao Rio.
Assessoria de Comunicação/Funai