Notícias
Servidores da Funai recebem certificado de curso na área de prevenção e resposta a incêndios florestais
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) participou na quarta-feira (10) da cerimônia de encerramento e entrega de certificados do curso de uso de motosserra e motobomba. A segunda edição do curso S-212 Motosserra para Incêndios Florestais, ocorrida de 2 a 6 de julho, e o Workshop de Motobomba, realizado entre os dias 2 e 10 de julho, têm como objetivo principal estimular a utilização estratégica dos equipamentos como forma de otimizar as operações de manejo e resposta a incêndios florestais. A formação é uma iniciativa do Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS)/Programa Brasil com apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID Brasil), em parceria com a Funai e o Ibama.
Responsável por coordenar e orientar a política indigenista, a Funai se faz presente em todos os biomas brasileiros. Por isso, sete servidores do órgão também participaram da formação com o objetivo de desenvolver as competências importantes à prevenção e ao combate aos incêndios florestais, mas também de grande importância nas ações de monitoramento, proteção e gestão dos territórios indígenas. Na cerimônia, realizada no Jardim Botânico de Brasília (JBB), a presidenta da Funai, Joenia Wapichana, defendeu a importância de combinar técnicas de prevenção e combate ao fogo com os conhecimentos tradicionais dos povos indígenas para o enfrentamento aos incêndios florestais, agravados pelas mudanças climáticas.
“A Funai, como órgão indigenista federal, atua em 14% do território brasileiro, que são as terras indígenas. Então, cursos como esses são muito importantes para os nossos servidores, que são fundamentais para proteção aos povos indígenas e ao meio ambiente. Assim como os conhecimentos dos povos indígenas, que têm uma forma diferente de manejo do fogo, também são muito importantes”, disse a presidenta em referência aos brigadistas indígenas que fazem parte do Programa de Brigadas Federais do Ibama/Prevfogo.
No contexto de atuação da Funai, cuja missão é promover e proteger os direitos dos povos indígenas, fomentar o aperfeiçoamento de técnicas de prevenção e resposta a incêndios florestais é cada vez mais importante no atual cenário de mudanças climáticas. Os incêndios florestais afetam diretamente as populações indígenas que vivem e protegem os biomas brasileiros. O impacto de incêndios nas terras tradicionalmente ocupadas prejudica a saúde e o modo de vida das populações indígenas, baseado na caça, pesca e agricultura.
Integração
Com atividades teóricas e práticas realizadas no JBB, foram ministrados durante a qualificação conceitos de utilização e o manejo de motosserra e motobomba em situações de incêndios florestais. De acordo com a representante do USFS, Suelene Couto, esse curso faz parte do plano de trabalho que está sendo implementado em parceria com agências do governo federal, e dentro do escopo da qualificação, existe uma ação em curso para debater e padronizar as qualificações no Manejo Integrado do Fogo (MIF) de forma interinstitucional.
“Estamos trabalhando diretamente com o Ministério do Meio Ambiente, com a Funai, com o Ibama e o ICMBio através de grupos de trabalho para ações mais coordenadas. Com isso, o objetivo é estabelecer requisitos mínimos de capacitação para as posições do MIF. Também estamos trabalhando para padronizar os conhecimentos relacionados ao MIF, levando em conta os saberes tradicionais, porque a gente sabe e entende que o fogo é uma parte da identidade desses povos e dessas comunidades”, afirmou.
Também participaram da cerimônia o coordenador-geral substituto do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Marcos Rocha; o diretor da Missão da USAID no Brasil, Mark Carrato; e o diretor do JBB, Allan Freire.
Brigadas Federais
A parceria entre a Funai e o Ibama para o combate a incêndios florestais já dura mais de dez anos, com mais dez previstos. Isso porque, na última terça-feira (9), as instituições renovaram o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para a continuidade do Programa de Brigadas Federais do Ibama/Prevfogo em Terras Indígenas. Graças ao ACT, mais de 50% dos brigadistas do Prevfogo são indígenas que, no geral, atuam nas terras onde vivem aplicando técnicas de prevenção, como a queima prescrita, e no combate a incêndios florestais de diferentes proporções. A autarquia indigenista contribui para a atuação de 57 Brigadas Federais em Terras Indígenas no país, algumas em fase de implementação.
Assessoria de Comunicação/Funai