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Presidenta da Funai defende valorização do conhecimento ancestral na proteção do meio ambiente
Foto: Lohana Chaves/Funai
A presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, encorajou acadêmicos indígenas caribenhos e latino-americanos a valorizarem os conhecimentos tradicionais dos povos indígenas. Foi durante videoconferência, na quinta-feira (20), ao participar como palestrante da 17ª edição do Título de Especialista em Povos Indígenas, Direitos Humanos e Cooperação Internacional.
Para Joenia, o conhecimento ancestral tem o mesmo valor que a ciência, e a sua relevância para o contexto global se dá não somente como exemplo de valores coletivos para conservação do meio ambiente, como também, na sua resistência e resiliência em manter os territórios protegidos.
“O mundo precisa olhar de uma forma coletiva para a emergência climática e compartilhar seus deveres para apoiar os que já estão defendendo os povos indígenas. A academia tem esse peso de responsabilidade para ajudar que esses povos sejam lembrados, não apenas em livro e em pesquisa, mas que eles também sejam reconhecidos pelo seu potencial de buscar soluções e contribuir com esse enfrentamento”, defendeu a presidenta da Funai.
O evento é promovido pelo Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (Filac), por meio do Programa Educação para a Equidade e a Universidade Intercultural Indígena (UII), em conjunto com o Instituto de Estudos Internacional e Europeu Francisco de Vitoria da Universidade Carlos III de Madrid (UC3M). O programa é direcionado a profissionais e lideranças indígenas da região da América Latina e Caribe. Participam desta edição 40 estudantes indígenas.
A presidenta da Funai também alertou que não há mais tempo para negacionismo, racismo e conservadorismo quando se fala de emergência climática global. Joenia defendeu que é preciso que os princípios dos povos indígenas para um desenvolvimento sustentável tenham espaço em todas as esferas de governo, para que as suas práticas tradicionais sejam incorporadas aos planos administrativos.
“Temos que correr contra o tempo para que os povos indígenas, que sempre tiveram uma contribuição para o mundo, e que hoje estão ameaçados, continuem a ter esses espaços e terem apoio para as suas iniciativas”, enfatizou Joenia Wapichana, lembrando da atual postura do governo brasileiro de incluir os povos indígenas na reconstrução das políticas públicas.
Assessoria de Comunicação/Funai