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Indígenas e servidoras participam de evento sobre combate a incêndios florestais no Peru
Um grupo de 25 mulheres que atuam no manejo do fogo participaram de 24 a 26 de janeiro, no Peru, do encontro “O caminho das mulheres nos incêndios florestais”. Com a presença de indígenas e servidoras do Brasil, a iniciativa discutiu os desafios e avanços do trabalho de prevenção e resposta aos incêndios florestais.
O evento integrou as atividades do curso L-280 - Followership to Leadership (em português, Liderados à Liderança), realizado pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), por meio da cooperação que os países tem com o Brasil e mais oito países da América Latina.
Do Brasil, participaram lideranças indígenas e servidoras da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), como parte da cooperação técnica entre os países.
A especialista em Indigenismo da Funai Ligia Rodrigues de Almeida ressalta a importância do evento para o intercâmbio de conhecimento entre mulheres na temática, que é majoritariamente dominada por homens. “É importante a gente potencializar as atividades junto com as mulheres e aprender com elas, mulheres que já estão fazendo isso, mas que muitas vezes são invisibilizadas nesse contexto majoritariamente masculino. Para a instituição é importante também nesse sentido para a gente incentivar outras mulheres a participarem desses espaços, para a gente multiplicar esses conhecimentos e mostrar que elas também são capazes, que a gente pode ocupar esses lugares, assim como essas outras mulheres de nove países presentes aqui”, afirma.
Já Maria Parecida, do povo Apinajé, do Tocantins, destacou que o encontro deu visibilidade à atuação das mulheres indígenas. “Poder participar desta iniciativa foi de grande importância porque deu visibilidade ao trabalho da mulher indígena Apinajé. Nós, mulheres indígenas que atuamos no manejo do fogo, somos responsáveis pela conservação e preservação ambiental em prol do bem viver coletivo”, pontua.
Maria Parecida integra a Brigada Feminina Voluntária Apinajé e recebeu uma homenagem durante o evento. “Todo esse reconhecimento me orgulha e me incentiva a continuar a servir com amor todo o nosso território, atuando na preservação ambiental e na preservação da nossa cultura. O nosso principal objetivo é conservar e preservar a vida presente dentro do nosso território, porque dele tiramos o nosso alimento, as nossas tradições, a nossa língua, os nossos artesanatos, a nossa medicina tradicional. O maior pagamento do nosso trabalho é ver o reflorestamento das áreas degradadas, ver as nossas águas ainda preservadas, os nossos animais presentes dentro do território. Tudo isso fortalece a nossa cultura, as nossas manifestações culturais. Então, tudo isso importa”, completa.
Assessoria de Comunicação / Funai
Com informações do Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS)