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Funai recebe a carta do I Encontro Nacional de Agroecologia Indígena e reforça compromisso com a valorização das práticas indígenas
Foto: Divulgação
Funai recebe a carta do I Encontro Nacional de Agroecologia Indígena e reforça compromisso com a valorização das práticas indígenas
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) recebeu a Carta do I Encontro Nacional de Agroecologia Indígena (ENAI), realizado entre os dias 26 e 29 de novembro, em Brasília. O evento, que reuniu mais de 50 povos indígenas de todos os biomas brasileiros, foi um marco histórico na construção de estratégias voltadas à Agroecologia Indígena como ferramenta para a proteção dos territórios, a valorização cultural e o enfrentamento das emergências climáticas.
Assinada por representantes de diversas etnias e territórios, a Carta destaca a agroecologia indígena como prática ancestral que integra a espiritualidade, a cosmovisão e os conhecimentos tradicionais dos povos originários. Entre as principais demandas apresentadas estão a valorização da cultura alimentar indígena como alternativa aos alimentos ultraprocessados; a criação de redes estaduais de Agroecologia Indígena para fortalecer a troca de saberes e práticas entre os povos; e a promoção e financiamento de feiras indígenas, que incluem trocas de sementes e comercialização da produção indígena.
Avanços e compromissos institucionais
Além da Funai, durante o encontro, as lideranças indígenas dialogaram com representantes de diversas instituições, incluindo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a Fundação Banco do Brasil (FBB) e a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).
A troca resultou em encaminhamentos significativos, como a criação de editais específicos para sistemas agrícolas indígenas, sinalizada pela FBB; a destinação de recursos para feiras de agroecologia indígena, anunciada pelo MDA para 2025; e a possibilidade de criação de um edital de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) específico para terras indígenas, com articulação entre Anater, MDA e Ministério dos Povos Indígenas (MPI).
A Funai, parceira histórica do movimento agroecológico indígena desde o III Encontro Nacional de Agroecologia (ENA) em 2014, reafirma seu compromisso com a agenda apresentada. A Fundação trabalhará para fortalecer o diálogo com a Apib, o GT Povos Indígenas da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e outros órgãos parceiros, promovendo ações conjuntas em prol da valorização dos conhecimentos tradicionais indígenas e da sustentabilidade nos territórios.
Agroecologia como resistência e bem-viver
O I ENAI destacou que a Agroecologia Indígena transcende a dimensão econômica ou ambiental, sendo uma forma de (re)existência dos povos indígenas. Combinando saberes milenares, espiritualidade e harmonia com a natureza, ela se posiciona como uma matriz pioneira para o conceito de agroecologia no Brasil.
A Carta propõe, entre outros pontos, a inclusão da agroecologia na Educação Escolar Indígena, a criação de cotas indígenas em programas de Assistência Técnica e Extensão Rural e pesquisa, e a promoção da demarcação de terras indígenas como estratégia para enfrentar mudanças climáticas.
Por meio da Coordenação-Geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento (CGEtno) vinculada à Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS), a Funai busca o fortalecimento de políticas públicas que garantam a Agroecologia Indígena. Esse é um passo essencial para garantir a autonomia dos povos originários e a preservação de seus territórios, contribuindo para um futuro sustentável e respeitoso com as tradições ancestrais.
Assessoria de Comunicação/Funai