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Funai, Prevfogo e Instituto Centro de Vida promovem curso de formação de brigada comunitária na TI Tereza Cristina (MT)
Foto: Divulgação
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) promove curso de formação de Brigada Comunitária Indígena para combate a incêndios florestais na Terra Indígena (TI) Tereza Cristina, em Mato Grosso. A ação vai até a próxima sexta-feira (13), com o objetivo de capacitar 15 indígenas do povo Bororo para ações de prevenção e combate ao fogo em terras indígenas. A formação da brigada fortalece a autonomia das comunidades indígenas, promovendo a valorização do conhecimento tradicional, aliado a técnicas modernas de combate a incêndios. Cinco aldeias com uma população estimada de 600 pessoas devem ser beneficiadas pela iniciativa.
A formação é realizada em parceria com o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), vinculado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e o Instituto Centro de Vida (ICV). O chefe do Serviço de Gestão Ambiental e Territorial (SEGAT) da Coordenação Regional da Funai em Cuiabá, Rodrigo Coimbra, explica a importância da formação da brigada.
“Em 2020, a TI Tereza Cristina foi atingida por um grande incêndio que consumiu cerca de 80% do território. Desde então, tem sido uma prioridade a realização de ações de prevenção de incêndios neste território. Neste ano, a partir de uma parceria com o ICV e o Prevfogo/Ibama, foi possível a formação da Brigada Voluntária Indígena, que contribuirá significativamente na prevenção e no combate de incêndios na terra indígena”, celebrou.
A Brigada Indígena da TI Tereza Cristina desempenha um papel fundamental na proteção e preservação das comunidades, da integridade do território indígena e do meio ambiente. Os principais objetivos da brigada são capacitar os próprios indígenas para agir de forma eficiente no controle do fogo, proteger as áreas de floresta, roçados e aldeias e preservar os recursos naturais dos quais as comunidades dependem. Rodrigo Coimbra destaca ainda a contribuição da brigada para a preservação cultural.
“Por meio desse trabalho, a Brigada Indígena contribui não apenas para a segurança ambiental, mas também para o fortalecimento cultural e a soberania territorial, garantindo que as futuras gerações possam usufruir de um ambiente saudável e preservado”, afirmou.
Brigadas
As brigadas comunitárias, que atuam de forma voluntária, são formadas via Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a Funai e o Prevfogo/Ibama. Entre elas, destacam-se as brigadas formadas, exclusivamente, por mulheres indígenas, nas TIs Apinajé, Xerente, Governador e Krikati. Essa é uma das medidas adotadas pela Funai, em conjunto com os órgãos parceiros, no combate aos incêndios florestais.
Também por meio do ACT, é implementado o programa Brigadas Federais em Terras Indígenas (BRIFs-I). A parceria entre a Funai e o Prevfogo/Ibama viabiliza a formação e contratação de brigadistas, em sua maioria indígenas, para atuarem nas ações de prevenção e combate a incêndios florestais nos territórios onde vivem. Com isso, atualmente, mais de 50% dos brigadistas do Prevfogo são indígenas, o que facilita o diálogo com as lideranças e o respeito às tradições e cultura de cada comunidade.
Com base no acordo, os povos indígenas são consultados se querem ou não a implementação do Programa de Brigadas Federais nos territórios. Depois, é feita a seleção, capacitação e contratação das brigadas pelo Ibama/Prevfogo com apoio das unidades descentralizadas da Funai. Todas as etapas são realizadas com diálogo e prévia autorização das comunidades indígenas, respeitando as tradições e cultura de cada povo. A contratação é realizada anualmente por um período de seis meses, por meio de editais publicados pelo Prevfogo.
Campanha de Combate
Diante da seca que atinge o país e agrava os incêndios florestais, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e a Funai lançaram a Campanha de Combate aos Incêndios em Terras Indígenas. O objetivo é orientar sobre medidas de prevenção em casos de incêndios florestais.
A campanha integrada também busca conscientizar as comunidades indígenas sobre práticas seguras de manejo do fogo durante o período de seca. A intenção é garantir que sejam adotadas medidas preventivas nas atividades de queima associadas às práticas tradicionais indígenas para o fogo não se alastrar. Isso porque a cultura do fogo faz parte dos sistemas produtivos indígenas, e o manejo tradicional é reconhecido internacionalmente.
Assessoria de Comunicação/Funai