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Funai participa de reunião no MEC sobre avanços na educação indígena
A presidenta-substituta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Lucia Alberta, participou de uma reunião no Ministério da Educação (MEC), na manhã desta sexta-feira (23), com a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), Zara Figueiredo.
No encontro, houve a discussão sobre o apoio para o trabalho de campo dos consultores dos territórios etnoeducacionais em todo o Brasil. Também foi destacado a respeito da educação do povo Yanomami e o ensino profissionalizante para a comunidade indígena.
Além de Lucia Alberta, atual diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS) da Funai, o coordenador de Processos Educativos da Fundação (Cope), André Ramos, esteve presente na reunião. Pelo MEC, participaram também a coordenadora-geral de Educação Escolar Indígena, Rosilene Tuxá, e a analista técnica de políticas sociais Fernanda Frade. De acordo com os representantes de ambas as instituições, é necessário avançar na educação indígena.
Lucia Alberta ressaltou que a Funai se coloca à disposição do MEC para colaborar com as ações a serem desenvolvidas pela Secadi nos territórios etnoeducacionais.
A secretária Zara Figueiredo reforçou que a Secadi não medirá esforços para fortalecer a educação da comunidade indígena brasileira. “O que for preciso, nós temos de fazer. Este ano, vamos implementar projetos e a Funai tem de estar conosco”.
André Ramos salientou ser prioridade estabelecer a retomada dos 27 territórios etnoeducacionais: “Criados por meio de um decreto em 2009, esses territórios estão paralisados há anos. Eles foram pactuados com as instituições indígenas, secretarias de educação e instituições de ensino de estados e das regiões”.
O coordenador de Processos Educativos da Funai explicou que o Ministério da Educação fez uma chamada e contratou 15 consultores para avaliação da política dos territórios etnoeducacionais que, em seguida, deverá ser analisada com a comunidade indígena.
Durante o trabalho de consultoria, previsto para ser realizado por um ano, haverá rodas de conversas e oficinas de escuta e de consulta com os povos indígenas com o objetivo de reunir subsídios para avaliar a política. “A ideia é retomar a política, ouvindo os indígenas e, depois, as secretarias de educação, no sentido de melhorar e aprimorar a política para reimplantar os territórios etnoeducacionais”, esclareceu André Ramos.
O coordenador de Processos Educativos da Funai destacou que com a ida dos consultores até as comunidades indígenas, se faz necessária a participação da Funai. Nos territórios etnoeducacionais, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas irá executar as ações voltadas à educação com a comunidade indígena.
Na avaliação da presidenta-substituta, a reunião com o MEC foi bastante positiva por ser o caminho para estabelecer uma parceria mais efetiva com o objetivo de avançar na implementação de ações na educação escolar indígena dentro dos territórios etnoeducacionais. “Para nós, isso é uma política que possibilita a participação dos povos indígenas nas suas escolas, na definição do seu funcionamento e, também, obriga que os sistemas de ensino se envolvam na educação coletiva. Avalio como bastante promissor alcançar o que foi acordado”, frisou Lucia Alberta.