Notícias
Funai garante suporte logístico para monitoramento ambiental na TI Yanomami
Foto: Marcos Yamada/Ibama
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) atua no suporte logístico para as atividades do Projeto Rede de Monitoramento Ambiental no Território Indígena Yanomami (TIY) e Alto Amazonas. O projeto é a maior iniciativa do Governo Federal de monitoramento ambiental na TIY e coordenado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O monitoramento acontece desde novembro de 2023 para verificar a qualidade da água, sedimento e pescado na Terra Indígena Yanomami e no Alto Amazonas. O objetivo é possibilitar ações de recuperação ambiental, garantia da segurança alimentar e continuidade da geração de conhecimento sobre o território.
O projeto foi criado em atendimento a uma demanda de ação conjunta de diversas instituições desde a instauração da emergência causada pelos garimpos ilegais na região. O Ibama elaborou o projeto e promoveu a articulação da parceria com a Funai, a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde (MS), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Monitoramento
A coleta de amostras de água, sedimentos e pescado dos rios e cursos d’água do território indígena é realizada mensalmente em 26 pontos, com foco nas áreas mais afetadas pelos garimpos. A atividade também cobre 15 pontos nas Unidades de Conservação adjacentes: Estação Ecológica (Esec) de Maracá, Floresta Nacional (Flona) de Roraima, Esec Niquiá e Parque Nacional Serra da Mocidade.
Pesquisadores do Cetem deslocam-se via aérea, com suporte logístico da Funai, até os pontos de coleta na TI Yanomami. Dentro das Unidades de Conservação, a logística é realizada pelo ICMBio.
As amostras coletadas são enviadas para análises laboratoriais. São elas que devem apontar a potabilidade da água, a contaminação da área por substâncias derivadas do garimpo, como o mercúrio, e a eventual contaminação do pescado da região.
Segundo o Ibama, o conhecimento gerado a partir dessas informações vai possibilitar a adoção de medidas preventivas ou de reparação a serem implementadas nas áreas afetadas. E, com isso, melhorar a qualidade de vida dos povos do território e do meio ambiente daquela região.
A expectativa é que nesta primeira etapa sejam concluídos três ciclos de coletas em cada ponto amostral, com continuidade da ação por pelo menos mais dois anos.
Efeitos do mercúrio
Utilizado na extração de ouro, o mercúrio, quando aplicado de forma indiscriminada e sem a devida licença dos órgãos competentes na atividade de garimpo, pode provocar efeitos sobre o sistema nervoso central, resultando em doenças neurológicas. Também pode afetar a gestação, com consequências para o feto, ou durante a amamentação, ao ser ingerido pelo recém-nascido. Na natureza, a contaminação pelo metal pode afetar o comportamento dos animais e sua capacidade reprodutiva, causando declínio das populações e perda de biodiversidade.
Assessoria de Comunicação/Funai
Com informações do Ibama