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Funai e Ibama realizarão curso de formação de brigadas comunitárias para mulheres indígenas dos povos Gavião e Krikati, do Maranhão
Entre os dias 21 de julho e 3 de agosto, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) participará da realização de um curso de formação de brigadas comunitárias para mulheres indígenas. O treinamento será realizado nas Terras Indígenas (TIs) Krikati e Governador, localizadas no Maranhão. Cerca de 55 mulheres das brigadas femininas dos povos Krikati e Gavião devem participar da formação. O curso é fruto de parceria entre a Funai e o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), vinculado ao Ibama.
O treinamento conta ainda com apoio do Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS), da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e de brigadistas dos povos Gavião e Krikati. A formação aborda temas como comportamento do fogo, uso de ferramentas, técnicas de prevenção e técnicas de combate a incêndios. O objetivo é que as brigadas comunitárias atuem no apoio às brigadas contratadas pelo Prevfogo. Além disso, o curso é uma importante ferramenta de empoderamento feminino nas aldeias, mostrando que as mulheres podem ocupar qualquer espaço.
Uma das técnicas de prevenção a incêndios que será ensinada no curso é a queima prescrita. Aplicada em parcelas da vegetação para criar uma barreira natural e evitar o alastramento das chamas, em especial na época da seca, o método é uma importante ferramenta para impedir o avanço das chamas. Com uso do equipamento pinga-fogo, é queimado o material seco da vegetação que se acumula no solo e pode agravar os incêndios. Com o apoio da Funai, a técnica foi utilizada como uma das ferramentas para criar uma espécie de cinturão em torno das TIs e reduzir os impactos do fogo no Pantanal.
A servidora da Coordenação-Geral de Monitoramento Territorial da Funai Ligia Almeida será uma das instrutoras do curso de formação. Ela destaca a importância das brigadas comunitárias nos trabalhos de prevenção a incêndios e proteção das terras e comunidades indígenas. “A Funai apoia os trabalhos de prevenção e combate a incêndios em Terras Indígenas. E esse curso, voltado para as mulheres indígenas dos povos Gavião e Krikati, é uma demanda apresentada por elas em novembro de 2023, no I Encontro de Mulheres Indígenas Brigadistas Florestais, realizado na TI Krikati”, afirma.
O encontro mencionado marcou um intercâmbio para a troca de conhecimento e experiência entres mulheres indígenas dos povos Gavião e Krikati, do Maranhão, e Xerente e Apinajé, do Tocantins. O curso de formação de brigada para mulheres indígenas da etnia Xerente foi o primeiro realizado no Brasil, em 2021, e formou, ao todo, 29 indígenas para atuarem como brigadistas voluntárias em ações de prevenção e combate a incêndios florestais.
Acordo de Cooperação
As ações são realizadas via Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a Funai e o Ibama/Prevfogo. A parceria já dura mais de 10 anos e possibilita uma atuação conjunta entres os órgãos para proteger o meio ambiente e a população indígena, respeitando a cultura e especificidade de cada povo. As lideranças indígenas são consultadas previamente, e as ações só ocorrem após autorização das comunidades.
Com base no acordo, as comunidades indígenas são consultadas sobre o interesse em implementar o Programa de Brigadas Federais nos territórios indígenas, e o segundo passo é a realização da seleção, capacitação e contratação das brigadas pelo Ibama/Prevfogo com apoio das unidades descentralizadas da Funai. Atualmente, mais de 50% dos brigadistas do Prevfogo são indígenas. Do total de brigadistas contratados em 2023, foram 80 mulheres, sendo 24 indígenas.
Assessoria de Comunicação/Funai