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Funai destaca protagonismo indígena no Estado brasileiro em seminário realizado pelo MPI em Brasília
A presidenta-substituta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Lucia Alberta, destacou nesta quarta-feira (20) o protagonismo que os povos indígenas vêm tendo desde o ano passado ocupando espaços importantes nas decisões sobre a política indigenista no país. A manifestação ocorreu na abertura do “Seminário Nacional Aldeando o Estado Brasileiro: Desafio para a Construção da Política Indigenista”, promovido pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI) em Brasília.
“Nunca imaginávamos ter uma mesa com tantos indígenas em postos de liderança dentro do Estado, tomando decisões. Na Funai, temos uma presidenta, Joenia, do povo Wapichana, uma diretora Mislene, do povo Ticuna, eu que sou Baré, como diretora, e a Janete Carvalho, uma indigenista com trajetória ímpar em defesa dos povos indígenas, também como diretora. Isso é inédito para nós”, enalteceu Lucia Alberta, relembrando a luta dos povos indígenas para chegar a essas posições.
“Nós nos preparamos para assumir esses espaços e, hoje, nós estamos literalmente aldeando a política indigenista, seja no Legislativo, no Judiciário e no Executivo. Nós estamos mostrando que nós sabemos fazer gestão, construir e implementar políticas públicas. Isso é uma verdadeira revolução”, complementou a presidenta-substituta da Funai.
Além de Lucia Alberta, a mesa de abertura foi composta pela ministra Sonia Guajajara, do MPI; Eloy Terena, secretário-executivo do MPI; Celia Xakriabá, deputada federal (MG); e Marcos Xukuru, líder indígena. A única não indígena que compôs o dispositivo foi a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
“Parabéns pelas inúmeras iniciativas que têm sido feitas. O MPI é um dos ministérios mais jovens do governo e, com certeza, o mais desafiador porque eu sei que cada um aqui é especialista em governar dentro do seu sistema, da sua comunidade, da sua aldeia. Nem a Funai, o órgão mais antigo dos povos indígenas, historicamente, era presidido por indígenas, não tinha na sua diretoria uma maioria de pessoas indígenas”, observou Marina Silva.
Além de enaltecer o que chamou de “momento histórico” para os indígenas, a ministra Sonia Guajajara discorreu sobre os desafios da gestão e o papel da pasta. E destacou a importância da sintonia que mantém com a Funai para avançar nas articulações com outros órgãos em favor dos povos indígenas.
“A pauta indígena tem transversalidade com todos os órgãos da Esplanada dos Ministérios. A luta para que o indígena seja compreendido como um cidadão de direito fez com que a política indigenista fosse se espalhando e outros órgãos fossem assumindo suas responsabilidades. Temos esse papel de articular e buscar garantir, dentro do orçamento desses ministérios, recursos que garantam a implementação da política indígena nas suas atribuições, sendo articulado e construído por nós do MPI”, explicou Sonia Guajajara.
Sobre o seminário
Segundo o MPI, o propósito do evento é oferecer um espaço de diálogo e construção conjunta entre as lideranças indígenas de todas as regiões do país. E, também, fazer um balanço das ações realizadas ao longo de 2023, bem como a exposição e discussão das diretrizes e planos para o ano de 2024.
Assessoria de Comunicação/Funai