Funai defende autonomia produtiva e respeito à diversidade dos 305 povos indígenas do país

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) recebeu, na quarta-feira (3), lideranças indígenas da Cooperativa de Agricultores e Produtos Indígenas do Brasil (COOPAIBRA). À presidenta da Funai, Joenia Wapichana, os representantes afirmaram que a cooperativa nasceu em 2021 com o propósito de contribuir com a gestão territorial nas terras tradicionalmente ocupadas por meio de projetos que promovam sustentabilidade e geração de emprego e renda. 

Joenia Wapichana reforçou às lideranças que a Funai apoia o desenvolvimento sustentável nas terras indígenas. Ela também destacou o posicionamento da autarquia contrário ao arrendamento de terras, ao garimpo e à utilização de uma política indigenista uniforme, tendo em vista a diversidade e especificidades dos 305 povos indígenas que habitam o Brasil. 

“Queremos que os indígenas tenham autonomia, com produção sustentável nos territórios, para garantir soberania e segurança alimentar. Não queremos que os povos indígenas dependam de cestas de alimentos do governo para sobreviver. A entrega de cestas é uma medida emergencial. Os povos indígenas precisam de apoio na gestão das terras, mas a Funai defende que cada povo, com sua cultura, tradição e organização seja respeitado”, pontuou a presidenta. 

A Funai atua na promoção de políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável das populações indígenas. A autarquia promove ações e apoia projetos de etnodesenvolvimento, conservação e a recuperação do meio ambiente nas terras indígenas. Por meio das unidades descentralizadas, a Funai acompanha os projetos, contribui com a logística e fornece ferramentas para que os indígenas possam desenvolver atividades produtivas. 

Na reunião, os indígenas também sugeriram mudanças relacionadas à infraestrutura das unidades regionais e locais da Funai que atendem as comunidades. A Funai solicitou que as sugestões sejam sistematizadas e enviadas para discussão no âmbito do grupo de trabalho de reestruturação da autarquia, criado em abril de 2024. As lideranças também entregaram à presidenta produtos cultivados nas aldeias. 

Também participaram da reunião o coordenador regional da Funai em Cuiabá (MT), Benedito Araújo; o coordenador-geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento, José Augusto Lopes; e o coordenador-geral de Gestão Ambiental, Francisco Melgueiro. 

Mercado de carbono

A presidenta e os servidores da Funai também reforçaram o posicionamento do órgão indigenista em relação ao mercado de carbono. A Funai orienta as organizações e lideranças indígenas que não participem de negociações e tratativas envolvendo a comercialização de créditos de carbono em terras indígenas até que o tema seja devidamente regulamentado. Confira aqui a íntegra do posicionamento da Funai.

Assessoria de Comunicação/Funai