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Festival Garapirá celebra tradição do Coco de Roda na Terra Indígena Potiguara
Nos dias 31 de agosto e 1º de setembro de 2024, a Aldeia Laranjeira, localizada na Terra Indígena Potiguara (PB), foi o cenário de um dos eventos culturais mais importantes da região: o Festival Garapirá. Com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e de outras instituições, como Fundação Nacional das Artes (Funarte), Ministério da Cultura, Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e prefeituras de Baía da Traição e Marcação, o festival trouxe uma imersão profunda nas tradições indígenas, especialmente nas manifestações artísticas do povo Potiguara.
O evento foi organizado pelo Coletivo Estrela D’Alva e pelo grupo de Coco de Roda Potiguara Flor de Laranjeira, que se dedicam à promoção e preservação da cultura popular da Paraíba. Composto por brincantes e profissionais de diversas áreas, o grupo trabalha para fortalecer tradições como o Coco de Roda, Toré, Ciranda e Lapinha, transformando a cultura em uma ferramenta de sustentabilidade econômica para a comunidade local.
O Coco de Roda Flor de Laranjeira, formado por 46 integrantes com idades entre 2 e 78 anos, é um exemplo vivo da tradição indígena. Fundado pela professora Marilene Lourenço de Oliveira, o grupo nasceu de uma iniciativa escolar e, ao longo dos anos, tem contado com o apoio de educadores e líderes comunitários. Hoje, além de preservar danças tradicionais, o grupo também retoma elementos da língua Tupi, reafirmando a identidade cultural do povo Potiguara.
Intercâmbio cultural entre povos indígenas
O Festival Garapirá não se limitou à comunidade local. O Grupo de Coco de Roda Toype de Ororubá, do povo Xukuru de Ororubá, também participou do evento, devido à articulação das Coordenações Regionais da Funai em João Pessoa e Maceió. A troca cultural enriqueceu ainda mais o festival, fortalecendo os laços entre os povos indígenas e promovendo o aprendizado mútuo.
A logística e o apoio oferecidos pelas unidades regionais da Funai foram essenciais para viabilizar a presença do grupo Xukuru, permitindo que eles compartilhassem suas tradições com os Potiguara e outros participantes. Esse intercâmbio reforça a importância de iniciativas culturais como o Garapirá para a preservação e difusão das identidades indígenas.
Fundadora do Coco de Roda Flor de Laranjeira, a professora Marilene Lourenço destacou a relevância do diálogo e da escuta ativa na organização do evento, principalmente com a anciã dona Mariinha, responsável pela Oca onde o festival foi realizado. “Este ano, conseguimos o apoio de parceiros importantes, o que nos permitiu expandir o festival e incluir novos grupos. Houve também geração de renda para a comunidade, com a venda de produtos artesanais e alimentos tradicionais”, afirmou Marilene, que também pontuou a necessidade de maior apoio, especialmente em termos de transporte, para permitir a participação de mais pessoas da comunidade, ampliando o alcance do evento.
A presença de visitantes de várias partes do Brasil, como Maria Ferreira da Silva, de Sergipe, é um sinal do impacto crescente do Festival Garapirá. Maria, que participou do evento após receber a programação de uma amiga, elogiou a organização e ressaltou a diversidade de participantes. “Foi emocionante ver tantas aldeias representadas e estudantes de diferentes estados. Que no próximo evento a participação seja ainda maior”, disse.
O Festival Garapirá continua a se consolidar como um importante espaço de celebração e preservação das tradições indígenas. A cada edição, o evento atrai mais visitantes e fortalece os laços culturais entre as comunidades, provando que a cultura é uma força unificadora capaz de transformar realidades e promover o desenvolvimento social e econômico.
Com o apoio contínuo de instituições e da comunidade, o festival se mantém como um vibrante testemunho da vitalidade e resiliência dos povos indígenas, e uma oportunidade de valorização de suas tradições.
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Assessoria de Comunicação/Funai
Por: Wdson Fernandes