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COP29: Funai participa do lançamento da Troika Indígena e defende aliança para fortalecer vozes indígenas
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) marcou presença no lançamento da Troika Indígena com foco na COP30, na quarta-feira (13). O evento foi realizado durante a 29ª Conferência das Partes (COP29) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, em Baku, no Azerbaijão. A Troika Indígena é uma aliança formada por povos indígenas do Brasil, Austrália e Ilhas do Pacífico com foco em construir estratégias e unificar propostas sobre o enfrentamento das mudanças climáticas para fortalecer a participação indígena na COP30 — que será realizada em novembro de 2025 em Belém, no Pará — e na COP31, prevista para ocorrer na Austrália.
São os povos indígenas que têm enfrentado os impactos das mudanças climáticas, mas também têm mostrado os caminhos para o enfrentamento. Tem que ser garantido e considerado que os povos indígenas apresentam iniciativas fundamentais para dar o próximo passo.
Joenia Wapichana, presidenta da Funai
Convidada a participar da cerimônia, a presidenta da Funai, Joenia Wapichana, defendeu a Troika Indígena como um importante meio para o fortalecimento de estratégias e da participação dos povos indígenas nas negociações sobre o enfrentamento das mudanças climáticas. Joenia lembrou o papel fundamental dos povos indígenas na proteção da biodiversidade global e destacou que os saberes indígenas devem ser colocados como ponto central dos debates sobre as mudanças climáticas.
“A Troika vai formalizar essa aliança entre povos de diferentes continentes rumo à COP30 e à COP31 para ter um alinhamento da participação e das propostas e, principalmente, para fortalecimento da estratégia e das vozes indígenas que estão falando como autoridades climáticas. São os povos indígenas que têm enfrentado os impactos das mudanças climáticas, mas também têm mostrado os caminhos para o enfrentamento. Tem que ser garantido e considerado que os povos indígenas apresentam iniciativas fundamentais para dar o próximo passo”, pontuou a presidenta.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, também participou do lançamento. A Funai defende a organização dos povos indígenas para uma ampla inserção nas discussões globais sobre a proteção ao meio ambiente. A autarquia indigenista entende que a proteção e gestão das terras indígenas são pontos centrais no processo e enfrentamento das mudanças do clima, considerando os altos índices de preservação da biodiversidade nos territórios tradicionalmente ocupados.
Para a representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) Alana Manchineri, os debates são parte da construção das políticas indígenas que devem ser apresentadas ao mundo. Ela apontou a importância dos espaços de diálogo entre povos indígenas de diferentes países e convidou os presentes para a COP30, no Brasil.
“Esse não é o início e nem o fim da nossa trajetória climática, é um processo de fortalecimento da nossa unidade. Somos uma família e queremos todos presentes e muito bem recebidos no Brasil. Nós, povos indígenas, somos democráticos. A resposta [para o enfrentamento da crise climática] somos nós. Nosso discurso é para a ação global, um chamado de unidade global dos povos indígenas. O protagonismo é das autoridades climáticas que somos nós povos indígenas”, enfatizou a representante da Coiab.
Assessoria de Comunicação/Funai