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Chuvas no RS: equipes da Funai entregam cestas de alimentos aos indígenas afetados com apoio de outras instituições
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) segue mobilizada em busca de apoio para a entrega das cestas de alimentos disponibilizadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e água potável. Mesmo com as dificuldades logísticas enfrentadas pelas equipes, as primeiras 500 cestas começaram a ser entregues na terça-feira (14). Entre as aldeias atendidas estão a Kaingang Van-KÁ, onde vive o povo Kaingang, e a aldeia Charrua Polidoro, do povo Charrua, ambas localizadas em Porto Alegre. As entregas seguem ao longo da semana.
As cestas de alimentos, que serão entregues a cada 15 dias, são uma das medidas adotadas para mitigar os efeitos da emergência climática para aproximadamente 9 mil famílias indígenas que vivem na região. A liberação dos itens é fruto de articulação da Funai e do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) junto ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Conab. Os órgãos indigenistas criaram um Sala de Situação com reuniões diárias para tratar das ações de apoio aos indígenas afetados.
Há ainda uma mobilização entre as Coordenações Regionais da Funai (CRs) que atuam nas proximidades, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), a Conab, a Articulação dos Povos Indígenas do Sul (Arpinsul) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) em busca de apoio para entregar aos indígenas as cestas, água potável, materiais de higiene, entre outros itens essenciais. Além disso, a Funai e o MPI articulam apoio de outros órgãos do Governo Federal, organizações indígenas e prefeituras para ampliar o acesso dos indígenas aos alimentos.
Assim como outras comunidades do estado, os povos Charrua e Kaingang ficaram ilhados pelas enchentes e tiveram suas plantações destruídas, o que causou um grave quadro de insegurança alimentar. “Passamos fome e sede trancados no porão”, disse a Cacica Charrua, Acauab, à TV Brasil.
O Cacique Kaingang Ordilei Fidelis conta que a comunidade ficou isolada da cidade devido às enchentes. “A gente já está sofrendo esse impacto bem direto porque nós temos crianças e idosos e fica aquela tensão: ‘vamos correr pra onde?’. Essa ajuda nos deixa mais fortalecidos para continuar enfrentando [a crise] porque ainda não acabou”, comentou o Cacique sobre os alimentos recebidos.
Apesar dos desafios de logística de deslocamento para chegar às aldeias, as equipes da Funai têm atuado em conjunto com outros órgãos colhendo informações para subsidiar as ações e, ao mesmo tempo, atender as famílias afetadas. “Todas as famílias indígenas foram afetadas indiretamente. Estamos atuando na linha de frente para acompanhar e acolher essas famílias”, pontua a coordenadora-regional da Funai de Passo Fundo, Maria Inês de Freitas.
Sala de situação
A entrega das cestas de alimentos são um desdobramento da Sala de Situação criada por Funai e MPI. Com reuniões diárias entre técnicos dos órgãos, a medida visa ao alinhamento interinstitucional para atender os povos indígenas atingidos pelas chuvas. Desde o início da crise climática no Rio Grande do Sul, as instituições envolvidas no atendimento aos povos indígenas têm se mobilizado em rede para salvar vidas nas comunidades.
Assessoria de Comunicação/Funai
Com informações da TV Brasil