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Infraestrutura Comunitária
Universalização do acesso à energia elétrica na Amazônia Legal é tema de reunião entre Funai e Energisa
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) realizou uma reunião, na tarde desta quinta-feira (10) com o grupo Energisa, que apresentou relatórios elaborados com base em levantamentos socioeconômicos e um cronograma de instalações de placas fotovoltaicas em aldeias indígenas da Amazônia Legal. A reunião ocorreu na sede do órgão, em Brasília (DF).
Estiveram presentes no encontro, pela Funai, a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS), Lucia Alberta Andrade; a coordenadora-geral de Promoção dos Direitos Sociais (CGPDS), Andrea Prado; a assessora Parlamentar (ASPAR), Ana Paula Sabino; a coordenadora de Infraestrutura Comunitária (COIC), Jovana Leal, e os servidores da COIC Breno Aguiar, Geilson Antunes e Pedro Gaia.
O encontro foi uma devolutiva das pesquisas socioeconômicas feitas pela Energisa em parceria com o Instituto Crescer, no âmbito do programa Mais Luz Para a Amazônia. Essas pesquisas servirão de fundamento para realizar as instalações.
Responsável pelas concessões no Acre (3.067), Mato Grosso (1.110), Rondônia (659) e Tocantins (60), o Grupo Energisa é um dos principais distribuidores de energia da Amazônia Legal, onde vivem cerca de 7 milhões de pessoas.
O programa Mais Luz para a Amazônia, tem o objetivo de universalizar o acesso à energia limpa e renovável a famílias que vivem em áreas remotas, onde a rede elétrica tradicional não chega, sendo prioridades famílias de baixa renda, inscritas em programas do governo; povos indígenas, quilombolas, comunidades em reservas extrativistas ou impactadas por obras; escolas, postos de saúde e os poços de água comunitários; e famílias em unidades de conservação. A iniciativa é coordenada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), operacionalizado pela Eletrobrás e executado pela Energisa nas áreas de concessão do Grupo.
De acordo com a pesquisa, ao todo já foram instalados, na região da Amazônia, 3.264 Sistemas Individuais de Geração de Energia com Fontes Intermitentes (SIGFIs) até julho de 2023, totalizando 142,5 milhões de reais investidos. Em todo o processo, seis coordenações regionais da Funai dialogaram diretamente com a empresa, que entrevistou 4.044 famílias de um total de 430 aldeias pertencentes a 38 terras indígenas.
Outros aspectos como caracterização familiar, educação, organização social, infraestrutura local, dentre outros também foram abordados no levantamento junto às comunidades. De acordo com a Energisa, a parceria com a Funai, a presença de uma especialista indigenista na equipe e a contratação de pesquisadores dos territórios foram fatores fundamentais para garantir o sucesso da parceria.
Para chegar às comunidades, a empresa também contou com o apoio das coordenações regionais da Funai em cada região e das lideranças de cada povo entrevistado; criou um plano de comunicação para superação das barreiras linguísticas com o objetivo de levar às comunidades todas as informações relevantes; e desenvolveu podcasts informativos, em parceria do time da Vem de Áudio, que já trabalha na produção de conteúdo para indígenas.
Os podcasts têm como objetivo explicar para qualquer profissional que queira entender um pouco mais da cultura indígena como desenvolver projetos com essas populações e, para os indígenas, explicar como funciona o sistema de geração de energia por placas solares. Ao todo, já foram produzidos dois podcasts, em português e na língua Mebengokrê. Para Andrea Prado, é importante que a iniciativa seja desenvolvida em outras línguas indígenas, assim como a edição de cartilhas explicativas aos indígenas.
A coordenadora da CGPDS também ressaltou a importância de que sejam feitas pesquisas com foco em uma análise de impactos positivos e negativos da chegada da energia nas aldeias e questionou ao grupo como se poderia discutir uma atuação da empresa voltada para o etnodesenvolvimento das comunidades.
Assessoria de Comunicação/Funai