Notícias
Cooperação Internacional
Servidores da Funai participam de curso sobre informação em incidentes
Entre os dias 12 e 16 de junho, servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) participaram, enquanto cursistas, do "Curso S-203: Introdução à Informação em Incidentes", em Cavalcante/GO, promovido pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS, em inglês) com apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, em inglês). Além das instrutoras do USFS, o curso contou com instrutores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O curso teve o objetivo de fornecer os conhecimentos e as habilidades necessárias para que os servidores desempenhem a função de Oficial de Informação Pública (OIP) durante incidentes (incêndios florestais, enchentes, deslizamentos, etc.). Esse profissional é responsável pela formulação e divulgação de informações sobre incidentes para a mídia, comunidades locais, pessoal envolvido no controle do incidente, órgãos públicos e outras organizações interessadas. Durante o curso, foram abordadas as melhores práticas para comunicação com os públicos interno e externo, tratamento de situações especiais, planejamento e estratégias de longo prazo. Os alunos também aprenderam a estabelecer e manter uma operação de informações de incidentes.
Uma das instrutoras do USFS, Dawn Sanchez, tem 20 anos de experiência em atividades de prevenção e investigação de incêndios florestais e em parcerias interagências, além de atuar na produção e divulgação de informações para mídias sociais. Para ela, “a maior expectativa do curso é continuar a construir o papel do OIP no Brasil e apoiar o aperfeiçoamento das capacidades de comunicação desses especialistas”.
Um dos pontos altos do curso foi o “Painel de Imprensa”, com a participação do jornalista cinematográfico Hélio Marinho, que atua na pauta ambiental e contribui com diversos veículos de comunicação. Em sua apresentação, ele deu dicas aos alunos de como se relacionar com a imprensa, destacando que “vocês não estão falando com o repórter, vocês estão falando com a população. Portanto, a informação deve chegar da maneira mais simples, correta e rápida possível. O que vale é o conteúdo. A qualidade é importante, mas o conteúdo prevalece”. Ao ser perguntando sobre as possíveis maneiras de lidar com a desinformação e com as fake news, Marinho respondeu que o melhor método é através da informação séria e precisa.
Outro ponto alto ocorreu no último dia do curso, quando a turma foi dividida em equipes e foi realizada uma simulação de incêndio florestal que contou com o apoio de integrantes da Brigada Voluntária Ambiental de Cavalcante (Brivac), que participaram como atores. Nesse treinamento, foram simuladas diversas situações, desde o momento da notificação do incidente com as informações preliminares do incêndio; instalação do centro de informações; distribuição de tarefas entre os membros de cada equipe; recebimento, tratamento, sistematização e fluxo de informações à medida que o incidente evoluía (progredia) no tempo; atendimento de demandas da comunidade local, órgãos colaboradores e imprensa; e até mesmo uma ocorrência fictícia de uma queda de um dos helicópteros envolvidos nas operações (incidente dentro do incidente). Os eventos com os quais os alunos tiveram que lidar ocorriam intensa e incessantemente, para que estejam preparados em as situações reais.
Segundo a coordenadora-geral de Monitoramento Territorial (CGMT) da Funai, Thais Gonçalves, “a experiência das instrutoras do USFS foi muito valiosa, pois permitiu, a partir de diversos exemplos, ilustrar as situações em que o OIP precisa atuar e a abordagem mais adequada para cada tipo de situação. Os instrutores brasileiros, do Ibama e do ICMBio, agregaram, além do conhecimento, as experiências vividas em áreas protegidas brasileiras. Acredito que o conhecimento aprofundado de todo o Sistema de Comando de Incidentes (SCI) e, mais especificamente, o conteúdo abordado no Curso S-203 são uma potência para a atuação da Funai, em especial, nas desintrusões, nas ações de fiscalização e no Manejo Integrado do Fogo [MIF]”.
Já na visão do chefe do Serviço de Gestão Ambiental e Territorial da Coordenação Regional Xingu (SEGAT/CR-XIN) da Funai, Michel Galante, o curso foi excelente, e os instrutores são altamente capacitados e experientes. Segundo o servidor, “as populações xinguanas ainda não conhecem as ações do MIF em sua completude, então o curso de OIP nos dá ferramentas para melhor informar essas populações, tanto sobre as ações preventivas, quanto sobre as ações de combate a incêndios”.
“Tais eventos [os incidentes] podem afetar drasticamente a vida das pessoas, e por isso todos desejam saber logo o que está acontecendo nessas situações. Portanto, cabe ao poder público, além de conter o incidente, oferecer informações acuradas e tempestivas para a sociedade como um todo, inclusive a fim de evitar que danos maiores venham a ocorrer, por exemplo, quando há a necessidade de evacuação rápida de uma área de risco”, pontuou o servidor Rafael Campos, da Assessoria de Comunicação (Ascom) da Funai.
A figura do OIP insere-se no Sistema de Comando de Incidentes (SCI), uma ferramenta que visa a padronizar os termos, métodos, organização e gestão de incidentes, possibilitando uma melhor interação entre os órgãos que atuam conjuntamente. De acordo com Lorena Brewster, representante do USFS no Brasil, “o objetivo do curso é aproximar os parceiros, e a expectativa é que as instituições parceiras atuem como multiplicadoras dessa ferramenta e no futuro elas passem a empregar o SCI de forma ampla”. Essa foi a 4ª turma do Curso S-203 no Brasil e já foram treinados mais de 100 servidores de diversos órgãos federais.
Assessoria de Comunicação/Funai