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Reunião em Boa Vista busca melhorias na educação escolar indígena Yanomami e Ye’kwana
Nesta quarta-feira (14), foi realizada em Boa Vista (RR) uma reunião presencial no Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação (Cefor), da Secretaria de Educação. O encontro contou com a participação de parceiros importantes, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Ministério da Educação (MEC), a Secretaria de Educação de Roraima, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o Ministério dos Povos Indígenas (MPI).
Durante a reunião, a diretora da Cefor, Stela Damas, recebeu os participantes, incluindo, pela Funai, a presidenta Joenia Wapichana; a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS), Lucia Alberta Andrade; a coordenadora regional de Roraima, Marizete de Souza; e o coordenador de Processos Educativos, André Ramos. Também foram recebidos o procurador do Ministério Público de Roraima, Alisson Marugal; a coordenadora de Educação Escolar Indígena do MEC, Rosilene Tuxá; a professora da região das Serras, Lacimir da Silva; o diretor do Departamento de Educação Escolar Indígena, Leonardo Pereira; a coordenadora de Indígenas de Recente Contato do MPI, Clarisse Jabur; e representantes do FNDE.
Essa foi uma reunião prévia para o Fórum Yanomami, que ocorrerá em julho. O objetivo principal é avançar na oferta e na melhoria da educação escolar Yanomami Ye’kwana. A Funai desempenha um papel de articulação com outras instituições nesse processo.
Durante o encontro, foi identificada a grande precariedade das escolas indígenas que estão abandonadas na Terra Indígena (TI) Yanomami. A educação é fundamental para garantir dignidade aos povos indígenas e, por isso, o trabalho é focado na melhoria do acesso e oferta de uma educação de qualidade.
Joenia Wapichana ressaltou a importância de fazer visitas in loco nas escolas, ouvir as demandas dos povos indígenas e responder com ações concretas. A falta de educação e escolas adequadas levam alguns adolescentes indígenas a se envolverem com o garimpo, ressaltando a necessidade de oferecer oportunidades educacionais de qualidade.
Durante a reunião, foram discutidos assuntos prioritários, como políticas públicas, respeito aos hábitos alimentares, aquisição de mobiliário, construção e reforma de escolas, produção de material didático, transporte escolar, cultura, e formação de professores.
Um diagnóstico está sendo construído em conjunto com as lideranças indígenas Yanomami, cruzando informações dos municípios, comunidades, censo e órgãos governamentais. Isso auxiliará na identificação dos principais desafios enfrentados pelas comunidades indígenas na TI Yanomami.
Para concretizar essas ações, é necessário unir forças com os entes federados. Durante a reunião, foram destacados problemas como a falta de entrega de alimentação escolar e material didático, a ausência de material didático nas línguas indígenas, a falta de estruturas físicas adequadas ou deterioradas, a contratação precária de professores indígenas e a carência de regularização das escolas.
Além disso, foi informado sobre o Fórum de Governança Yanomami, previsto para ocorrer em julho, em Maturacá. Nesse evento, será apresentada uma proposta de ação específica no âmbito da Educação Escolar Indígena, com a elaboração de um Plano Específico de EEI para a TI Yanomami.
A implementação de políticas efetivas e o fortalecimento da educação escolar indígena na região requerem um esforço conjunto de todas as partes envolvidas. É fundamental garantir a participação e o diálogo contínuo com as lideranças indígenas, valorizando suas experiências e conhecimentos, a fim de alcançar uma educação de qualidade e promover a preservação das culturas e línguas indígenas.
Assessoria de Comunicação/Funai