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Presidência da Funai recebe lideranças Parakanã para tratar de ações na Terra Indígena Apyterewa
A presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, recebeu lideranças Parakanã na sede do órgão, em Brasília, nesta segunda-feira (29), para debater ações de desintrusão de grileiros e garimpeiros na Terra Indígena (TI) Apyterewa, localizada no estado do Pará. De acordo com dados do Instituto Imazon, esse é o território indígena com maior área de desmatamento na Amazônia nos últimos quatro anos.
Para a presidenta da Associação Indígena Tato'a, Wenatoa Parakanã, é urgente iniciar o processo de desintrusão dos invasores não indígenas presentes na área, principalmente grileiros e garimpeiros. "Depois que a gente conseguir essa desintrusão, a gente pode reflorestar a nossa terra indígena. Tudo que a gente perdeu, pode ser recuperado. É por isso que estamos aqui. O nosso direito é que aconteça essa desintrusão para que pelo menos nós podemos dormir em paz, sem preocupação", afirmou a líder indígena.
"Nós também reconhecemos essa necessidade. Sabemos que muitas coisas deixaram de ser feitas. Estamos falando de vários anos de Funai parada. E a gente está sofrendo a consequência dessa paralisia", disse a presidenta da Fundação, Joenia Wapichana, ao explicar a situação do órgão indigenista às lideranças Parakanã. A diretora de Proteção Territorial, Maria Janete Albuquerque, defendeu a retirada dos invasores. "A gente sabe que tem que tirar todo mundo porque a terra indígena é dos Parakanã. Entretanto, a Funai sozinha não consegue fazer a desintrusão", ponderou a diretora.
Retirar invasores
Para que uma ação de desintrusão seja realizada, deve haver a atuação conjunta de diversos órgãos governamentais, salientou Maria Janete. "Precisamos ter segurança para que se comece esse processo. No Ministério dos Povos Indígenas foi criado um comitê de desintrusão em que fazem parte a Funai, o ministério, as forças de segurança, o Ibama, para pensar e organizar essa desintrusão das terras indígenas como um todo", disse Janete.
Conforme relato da coordenadora de Fiscalização da Funai, Juliana de Almeida, nos últimos quatro anos esse trabalho foi enfraquecido no órgão indigenista. "A gente tem consciência de que no ano passado, trinta e cinco por cento de todo o desmatamento em terras indígenas ocorreu na Apyterewa. A gente tem que batalhar juntos pela desintrusão. A Funai também precisa da força dos povos indígenas para fazer as ações", concluiu a coordenadora da Fundação.
Assessoria de Comunicação / Funai