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No Rio de Janeiro, presidenta da Funai reforça compromisso com o fortalecimento do "Museu do Índio"
A presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, e equipe realizaram nesta quarta-feira (11) uma visita às instalações do "Museu do Índio" (MI), reforçando o compromisso com seu fortalecimento. O MI é o órgão científico-cultural da instituição localizado na cidade do Rio de Janeiro. Acompanharam a presidenta do órgão indigenista a diretora de Administração e Gestão, Mislene Mendes, a ouvidora, Maial Paiakan Kaiapó, e a assessora parlamentar, Ana Paula Sabino.
Conforme Joenia Wapichana, a visita demonstra o compromisso com o fortalecimento do órgão indigenista e, consequentemente, do museu. “A Presidência da Funai vir aqui ouvir as demandas do Museu dos Povos Indígenas é parte da responsabilidade relacionada ao fortalecimento da Funai. A Funai mantém uma estrutura física que é fundamental na preservação da memória dos povos indígenas, com as artes indígenas, os acervos, os documentos que vêm desde a época do SPI. E o museu dá essa referência histórica e documental na vida dos povos indígenas. Então era necessário a gente estar presente aqui para dar o suporte dentro dos planejamentos estratégicos da Funai para que o museu também seja fortalecido”, ressaltou.
Na oportunidade, a presidenta da Funai encaminhou o nome de, Fernanda Kaingang, para assumir a Diretoria do Museu, que também integrou a visita. “Fernanda tem uma trajetória admirável e está vindo para somar“, pontuou. Liderança do povo Kaingang, Fernanda é advogada, mestre em Direito pela Universidade de Brasília (UnB) e doutoranda em patrimônio cultural e propriedade intelectual pela Universidade de Leiden, na Holanda.
Joenia Wapichana mencionou ainda que, em breve, o Museu do Índio passará a se chamar Museu dos Povos Indígenas, alinhando-se à mudança de nome da Fundação Nacional do Índio para Fundação Nacional dos Povos Indígenas. Outro ponto abordado foi o reforço de pessoal previsto para os próximos meses por meio do Concurso Nacional Unificado, do qual a Funai participará.
“Essa é uma visita histórica. São 70 anos do Museu do Índio, criado em 1953, e pela primeira vez a gente tem aqui a presença de uma presidenta da Funai que é indígena, no ano em que foi criado o Ministério dos Povos Indígenas, e a gente tem aí em vista a mudança do nome Museu do Índio para Museu dos Povos Indígenas e com uma nova gestão indígena. Então, é o momento, realmente, do protagonismo indígena em todas as frentes”, enfatizou a diretora substituta do museu, Elena Guimarães.
A equipe conheceu o casarão do museu, construído em 1880, que integra um conjunto arquitetônico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1967, do qual também fazem parte dois anexos em que trabalham servidores da unidade. O grupo visitou ainda as Reservas Técnicas, locais que guardam os acervos formados pelos objetos etnográficos, documentação textual, fotográfica, audiovisual e obras bibliográficas especializadas, incluindo obras raras. Também foram promovidas reuniões com as titulares da Diretoria de Administração e Gestão, da Assessoria Parlamentar e da Ouvidoria.
O Museu do Índio teve como idealizador o antropólogo Darcy Ribeiro e surgiu da Seção de Estudos do extinto Serviço de Proteção aos Índios (SPI), como forma de valorizar a história e cultura dos povos indígenas e, dessa forma, combater o preconceito da sociedade não indígena.
Ao longo de 70 anos, o Museu do Índio atravessou muitas fases, passou por transformações e tem acompanhado os processos de crescente participação e protagonismo dos povos indígenas no Brasil. Nesse contexto, o Museu acumulou vasta experiência na condução de projetos de pesquisa e documentação de línguas e culturas, na elaboração de publicações e exposições, na realização de atividades para o público em geral, entre outras ações de preservação e divulgação que visam à salvaguarda do Patrimônio Cultural Indígena, tornando-se referência para pesquisadores indígenas e não indígenas.
Fechado desde julho de 2016, apesar do número reduzido de servidores, o Museu do Índio vem passando por reformas de infraestrutrua que têm como objetivo garantir a segurança dos visitantes e acervos. Em 2023 o Museu adquiriu o certificado de conformidade do Corpo de Bombeiros, podendo trabalhar para uma reabertura gradual até que todas as obras estejam concluídas.
Em parceria com a Funai, o Museu tem trabalhado na requalificação do acervo, que conta com mais de 20 mil objetos contemporâneos de 150 povos indígenas brasileiros. O processo envolve a participação ativa dos indígenas na atualização das informações sobre as peças, enriquecendo seu valor. Além disso, o acervo está sendo digitalizado e receberá um sistema de automação para melhor monitoramento.
Assessoria de Comunicação/Funai