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Dia dos Povos Indígenas
No dia dos Povos Indígenas, Praça do Compromisso passa a se chamar Praça Índio Pataxó Galdino Jesus Dos Santos
No dia 19 de abril, em que é celebrado o dia dos Povos Indígenas, a Praça do Compromisso, em Brasília (DF) foi reinaugurada, e passou a se chamar Praça do Índio Pataxó Galdino Jesus dos Santos. O local homenageia o cacique do povo Pataxó Hã-hã-Hãe Galdino, que foi morto queimado por produtos inflamáveis, em uma parada de ônibus.
O evento contou com a participação do coordenador-geral de Etnodesenvolvimento (CGETNO/DPDS) da Funai, José Augusto Lopes Pereira e outras autoridades. Para a reinauguração, a praça recebeu uma exposição itinerante sociocultural de arte indígena. O local também recebeu emplacamento e sinalização, em conformidade com a Lei nº 3.309, de 19 de janeiro de 2004, além de totem turístico, próximo ao monumento doado pelo artista plástico Siron Franco, em homenagem ao indígena, no ano de 1997.
Também estiveram presentes no evento o administrador regional do Plano Piloto, Valdemar Medeiros; o diretor da União Nacional indígena (UNI), Turymatã Pataxó; a presidente do Conselho Comunitário da Asa Sul (CCAS), Patrícia Carvalho Santos; a secretária de Políticas Públicas, Meire Mota, o curador de arte e historiador Cláudio Ferreira, o deputado Fábio Coimbra, representando o deputado Eduardo Pedrosa; e o vice-presidente da Associação das quadras 700 sul, Márcio Guidaci.
Relembre o caso
Na madrugada de 20 de abril de 1997, cinco assassinos de classe média alta atearam fogo ao corpo do índio Galdino Jesus dos Santos, 44 anos, que dormia na parada de ônibus da 703 Sul. A vítima era do povo Pataxó Hã Hã Hãe, do sul da Bahia, e estava em Brasília para participar das comemorações do Dia dos Povos Indígenas, festejado no dia anterior ao crime. Galdino não resistiu aos ferimentos e morreu cerca de 20 horas depois de dar entrada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) com dificuldades respiratórias e problemas renais.
Uma semana depois da brutalidade, o local onde o indígena foi incendiado vivo foi batizado de Praça do Compromisso e, mais tarde, de Praça do Índio. Em 3 de junho do mesmo ano, um ato de protesto marcou a inauguração da obra do artista plástico goiano Siron Franco, que criou o Monumento Galdino — com uma tonelada e 2,2m de altura. A peça foi produzida com base no desenho feito pela perícia policial do corpo do indígena. O monumento fica a 50m do ponto de ônibus onde os jovens atearam fogo ao indígena.