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Na terceira semana de desintrusão na Terra Indígena Alto Rio Guamá, famílias deixam voluntariamente a área
Em muitos casos, as famílias desfazem integralmente as casas para reconstruí-las em pontos fora do território demarcado. Foto: Divulgação
Na terceira semana da operação de desintrusão da Terra Indígena Alto Rio Guamá, no Pará, há uma movimentação intensa de famílias para deixar a área onde vivem irregularmente. Muitas delas desfazem integralmente as casas para reconstruí-las em pontos fora do território demarcado. O governo federal, por meio de diferentes órgãos, tem dado apoio para o transporte, assim como as prefeituras dos municípios contíguos à terra, que participam com transporte e alternativas para realocação das famílias em outros terrenos.
A operação iniciada em 3 de maio, até agora, segue como previsto. As famílias estão cumprindo o prazo de saída voluntária que se encerra no dia 31 de maio. Enquanto isso, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) segue em campo coletando informações para cadastro dos que vivem no território indígena e encaminhamento aos programas sociais pertinentes, quando for o caso.
Na terceira semana, o Incra teve incremento de pessoal em campo e já chegou a 767 cadastros. As fortes chuvas que atingem o Pará durante todo o mês dificultam o acesso às comunidades dentro da terra indígena por causa das péssimas condições dos acessos pelas estradas de terra. Desde o início da operação, as forças policiais já apreenderam um caminhão com madeira retirada ilegalmente da terra, quatro armas, três motosserras e uma motocicleta. Além dos contatos com os não indígenas para articular a desintrusão, o comando da operação também se reúne com indígenas para atualizá-los sobre o estágio do processo.
No dia 10, o encontro foi com as aldeias da parte Norte da terra indígena, no município de Santa Luzia do Pará. No sábado, 20, o encontro foi com aldeias da parte Sul, território parte do município de Paragominas, na divisa com o Maranhão. Nilton Tubino, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e Márcio Alexandre da Silva, representante da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), prestaram esclarecimentos sobre o cronograma e o estágio da retirada dos não indígenas da área demarcada.
Os representantes das aldeias apresentaram demandas diversas de apoio e logística durante a operação e após a conclusão. Eles querem, por exemplo, contar com apoio da Funai para o processo de reocupação dos espaços invadidos por não indígenas.
Sérgio Muxi, liderança da Aldeia Tekohaw, onde o encontro aconteceu, lembrou do descaso com os povos indígenas nos últimos quatro anos e reconheceu os esforços do atual governo para garantir os direitos dos povos originários. Intercalando falas em português e em tupi, a liderança destacou a importância da desintrusão para o futuro das crianças das aldeias. Muitas delas fizeram parte do canto de boas-vindas com o qual os indígenas receberam os representantes da operação de desintrusão.
Além da Secretaria-Geral e da Funai, participaram da visita representantes da Secretaria de Comunicação, da Força Nacional, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
Assessoria de Comunicação / Funai
Com informações da Secretaria-Geral da Presidência da República