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Museu do Índio realiza oficina de qualificação de acervos com representantes do povo Kadiwéu
Entre os dias 4 e 7 de julho, o Museu do Índio (MI) , órgão científico-cultural da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), promove a Oficina de Qualificação de acervos com representantes do povo Kadiwéu da aldeia Alves de Barros (MS). Participaram da oficina a liderança Benilda Kadiwéu, a ceramista Creuza Vergílio, e os anciãos Júlia Lange e Arindo Soares; além da pesquisadora Gabriela Freire, servidores do museu e o Coordenador Regional da Funai em Campo Grande, Elvisclei Polidorio.
Benilda Kadiweu, uma das proponentes da oficina, destacou o interesse da comunidade no estudo e resgate dos grafismos tradicionais de seu povo, de forma que a dinâmica da oficina foi organizada ao redor desta demanda.
O primeiro dia da oficina se voltou para os itens documentais, tais como fotografias (sobretudo as que retratam as pinturas faciais), filmes e registros originais de grafismos em papel. Foram exibidas imagens das coleções de Harald Schultz e Darcy Ribeiro, muitas delas com retratos de pessoas reconhecidas pela anciã Júlia Lange.
As coleções de grafismos Kadiwéu coletadas por Darcy Ribeiro, Jaime Siqueira e Solange Padilha em diferentes épocas, custodiadas pelo museu, foram examinadas atentamente pelas mulheres Kadiwéu, reconhecendo nos grafismos os estilos de artistas de sua própria comunidade. Cada grafismo foi identificado de acordo com o local de sua aplicação - rosto, corpo, couro ou cerâmica.
Os dias seguintes foram voltados aos itens etnográficos, com foco nas peças de cerâmica, escabelos de couro com grafismos, adornos de metal martelado e bolsas tecidas. Os participantes da oficina fizeram importantes complementações às fichas catalográficas das peças apresentadas, informando sobre os processos de manufatura, matérias-primas utilizadas, funções específicas e contextos de uso, além de trazer os termos na língua indígena para designação cada objeto.
Oficinas de qualificação de acervos
As oficinas de qualificação de acervos constituem um processo finalístico sob responsabilidade da Coordenação de Patrimônio Cultural do Museu do Índio, por meio das quais se objetiva enriquecer e qualificar as informações documentais sobre os acervos da instituição disponibilizadas ao público por meio dos repositórios digitais, além de promover o acesso, resgate e transmissão de saberes e práticas relacionados ao patrimônio cultural indígena.