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Indígenas Ka’apor pedem Plano de Proteção Territorial para a Terra Indígena Alto Turiaçu
A presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, se reuniu com lideranças indígenas do Conselho de Gestão Ka’apor, da Terra Indígena Alto Turiaçu, localizada no estado do Maranhão. O encontro ocorreu na tarde desta quinta-feira (30), na sede da fundação, em Brasília.
Entre as demandas apresentadas pelos indígenas, estavam a necessidade de restabelecer o diálogo com os órgãos de saúde e educação da região, e a proteção territorial da área, que sofre com garimpo ilegal, invasão de madeireiros e pressão de empresas mineradoras e criadoras de gado bovino.
A região também tem sofrido com muitas agressões, ameaças de morte e perseguição, com destaque para a morte do indígena Tuxa ta pame, chefe da guarda Ka’apor, em 2022, por envenenamento. De acordo com os participantes, até hoje as investigações não foram concluídas. Segundo os indígenas, o território de 535 mil hectares precisa de um Plano de Proteção Territorial eficaz.
Joenia se comprometeu a dar atenção especial às demandas, distribuindo-as por assuntos para a Procuradoria Federal Especializada, a Diretoria de Proteção Territorial e a Diretoria de Promoção aos Direitos Sociais da Funai. “Nós estamos com uma vontade política muito grande de fazermos as coisas voltarem a funcionar. Não será de um dia pra outro, mas queremos fazer essa mudança junto com vocês, corrigindo os erros e tentando acertar”, afirmou.
A Terra Indígena Alto Turiaçu, habitada pelos povos indígenas Ka'apor, Tembé, Timbira e Awá Guajá, vem sofrendo com invasões de não índios, como madeireiros e caçadores. Mesmo com as diversas ações de vigilância e monitoramento promovidas pela Funai em parceria com órgãos fiscalizadores, a região ainda é vulnerável, com riscos de gradativa exaustão dos recursos naturais imprescindíveis para a sobrevivência desses povos.
Desde 2007, a Funai vem realizando sistematicamente ações de vigilância nas TI Alto Turiaçu, por meio de operações em conjunto com o Ibama, Departamento de Polícia Federal e Departamento de Polícia Rodoviária Federal. Essas ações resultaram em apreensão de produtos florestais ilegais, equipamentos e veículos utilizados por madeireiros. A eficácia dessas ações, no entanto, dependem de ações integradas a outros temas como educação, saúde, direitos sociais e etnodesenvolvimento.
Assessoria de Comunicação/ Funai