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Desintrusão
Indígenas Arara da TI Cachoeira Seca pedem apoio da Funai para desintrusão do território
O povo Arara, da Terra Indígena Cachoeira Seca, do oeste do estado do Pará, se reuniu nesta segunda-feira (12) com a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana. Os indígenas pediram atenção do órgão indigenista às violações de direitos humanos e ambientais que ocorrem em suas terras, como o desmatamento e a ocupação não indígena da região.
A TI, homologada desde 2016, encontra-se em um dos territórios mais desmatados do Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 2008 e 2020, o território perdeu um total de 367,9 Km² de floresta.
Devido aos dados alarmantes, os indígenas pediram apoio da Funai para o processo de desintrusão da TI, que consiste na retirada das mais de 1.200 ocupantes não indígenas que vivem no território, fator que colabora para a destruição da biodiversidade amazônica do local. As lideranças também destacaram que a regularização fundiária da região foi uma das condicionantes impostas à empresa Norte Energia para construção da usina de Belo Monte, e que ainda não houve o cumprimento da medida.
Desde 2021 os Arara estão organizados em uma campanha de direitos territoriais chamada “Povo Arara: Guardiões do Iriri", visando a construir uma rede de apoio para defender a floresta amazônica e reivindicar às autoridades públicas que seja realizada a retirada de todos os não indígenas da TI Cachoeira Seca.
De acordo com Joenia, o processo, embora seja demorado, está sendo acompanhado pela Funai, que dará andamento às próximas etapas. “Precisamos unir forças e ir na mesma direção”, declarou.
Participaram do encontro, pela Funai, o coordenador-geral de Índios Isolados e de Recente Contato, Leonardo Lenin; o coordenador-geral de Assuntos Fundiários, José Aparecido Briner; a coordenadora de Prevenção de Ilícitos, Isolde Luiza Lando e a coordenadora de Políticas para Povos Indígenas de Recente Contato, Juliana Dutra.