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Governo Federal lança Projeto Rede de Monitoramento Ambiental no Território Indígena Yanomami e Alto Amazonas
Com a participação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Governo Federal lançou nesta sexta-feira (10) em Brasília o Projeto Rede de Monitoramento Ambiental no Território Indígena Yanomami e Alto Amazonas. O objetivo é avaliar a presença de substâncias químicas comumente utilizadas na atividade de garimpo com uso de mercúrio em rios da bacia Amazônica e propor ações corretivas ou preventivas.
Participaram da solenidade de lançamento na sede do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, a presidenta da Funai, Joenia Wapichana, o secretário Nacional Meio Ambiente urbano e Qualidade Ambiental, Adalberto Maluf, o presidente do ICMBio, Mauro Pires, e a secretária de Direitos Ambientais e Territoriais Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Eunice Kerexu, entre outros convidados.
O uso indiscriminado de mercúrio na extração de ouro e a proliferação dessas atividades na região tem ocasionado danos diretos às populações indígenas e ribeirinhas pela acumulação da substância no ambiente hídrico. “A partir dessas coletas, vamos ter uma real dimensão da gravidade desse problema. Isso permitirá não só dar uma resposta efetiva a esses anos todos de contaminação, mas também apresentar soluções. A Funai está junto nessa luta. É nossa responsabilidade como Governo Federal, como órgão indigenista que está presente nas comunidades indígenas”, enfatizou Joenia Wapichana.
“Precisamos fazer esse enfrentamento de forma muito séria para avançarmos nessa questão. O desafio é gigantesco”, pontuou Rodrigo Agostinho, que também destacou a realização de cerca de 700 operações do Ibama em terras indígenas ao longo deste ano, com mais de mil pontos de garimpo destruídos. “No caso da Terra Indígena Yanomami, estamos trabalhando para retirar todos os garimpeiros de lá”, ressaltou.
O projeto
A estratégia de execução terá quatro fases, sendo elas: Elaboração de modelos conceituais; Estabelecimento da área de abrangência a ser monitorada; Obtenção dos parâmetros físicos, químicos e biológicos da água superficial e sedimento; Análise dos resultados e elaboração de Análise de Risco Ecológico.
Os resultados das análises serão comparados com os padrões de qualidade das águas superficiais e ao padrão de potabilidade da água de consumo humano. Tais resultados serão avaliados espacialmente utilizando-se de imagens de satélite, a fim de caracterizar o modelo conceitual da contaminação para cada região.
Para cada localidade serão propostas ações corretivas ou preventivas específicas, de acordo com os resultados analíticos do monitoramento proposto.
Queda do desmatamento
A taxa de desmatamento na Amazônia caiu 22,3% em 2023, segundo estimativa do sistema Prodes, do Inpe, divulgada na quinta-feira (9). O resultado é o menor desde 2019. Os números são consequência da intensificação das ações de comando e controle, com destaque para o aumento, no mesmo período, de 104% dos autos de infração aplicados pelo Ibama por infrações contra a flora na Amazônia. Já as apreensões aumentaram 61%, os embargos, 31%, e a destruição de equipamentos, 41%.
Integrantes da Rede de Monitoramento Ambiental e as respectivas atuações
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama): Proponente, coordenação e execução
Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA): Financiamento e coordenação
Ministério dos Povos Indígenas (MPI): Articulação
Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai): Logística, articulação e execução
Centro de Tecnologia Mineral (MCTI): Execução
Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai): Logística, articulação e execução
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio): Execução
Assessoria de Comunicação / Funai