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Funai promove capacitação de servidores para troca de conhecimentos sobre os povos Yanomami e Ye’kwana
Cerca de 50 servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) participaram, nos dias 1 e 3 de março desta semana, de uma capacitação para troca de conhecimentos sobre os povos Yanomami e Ye’kwana, na Sede do órgão, em Brasília. A iniciativa visa subsidiar a atuação da instituição no enfrentamento à crise no território Yanomami.
A programação incluiu discussões sobre temas que vão desde a diversidade linguística e sociocultural e aspectos cosmológicos dos povos originários da Terra Indígena (TI) Yanomami até questões referentes à política para povos indígenas de recente contato, atuação governamental no território e elaboração de projetos demonstrativos para os povos Yanomami e Ye’kwana.
Por meio da capacitação, a Funai espera promover um alinhamento entre os servidores e servidoras do órgão, bem como sensibilizá-los. Durante o evento, a antropóloga Clarisse Jabur, Coordenadora do GT Yanomami, apresentou um panorama geral do território Yanomami e ressaltou a importância da qualificação das ações da Funai no território.
A capacitação contou também com presença da antropóloga Elaine Moreira, professora do Departamento de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Brasília (ELA/UnB), que compartilhou com os servidores aspectos significativos da organização social e modos de vida do povo Ye’kwana ressaltando as diferenças culturais entre os povos Yanomami e Ye’kwana da Terra Indígena Yanomami.
“É fundamental no contexto de crise entender que há diferenças significativas entre os Yanomami e os Ye’kwana. Os povos compartilham o contexto de pressões externas, mas possuem língua, modos de vida e organização social distintos”, afirmou Elaine
A realização do evento é uma iniciativa do Grupo e Trabalho (GT) Yanomami, instituído pela Portaria Funai n° 616 de 11/02/2023, que é composto por técnicos de diferentes setores do órgão indigenista. O grupo tem atuado para qualificar as ações de enfrentamento à crise humanitária em nível local e nacional durante o período de vigência da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), declarada em decorrência da desassistência aos indígenas da região.
Para atuar de maneira articulada no enfrentamento à crise no território Yanomami, o GT está estruturado em cinco eixos de atuação: fiscalização e proteção territorial, saúde, proteção e promoção de direitos, gestão ambiental e etnodesenvolvimento, administração e logística e comunicação. A atuação do corpo técnico do órgão é fundamental para articular a retirada dos garimpeiros da terra indígena, a garantia da segurança alimentar e a promoção do acesso dos indígenas a direitos sociais.
Participam do GT técnicos da Presidência do órgão, da Diretoria de Proteção Territorial, da Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável, da Diretoria de Administração e Gestão, da Coordenação Regional do Rio Negro e da Coordenação Regional de Roraima.
Assessoria de Comunicação/Funai