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Funai e organizações parceiras retomam diálogo visando ao desenvolvimento sustentável na terra indígena Marãiwatsédé (MT)
Representantes de organizações parceiras do povo Xavante da terra indígena Marãiwatsédé reuniram-se com servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), na sede do órgão indigenista em Brasília (DF) na quarta-feira (28), para retomar o diálogo interinstitucional com o intuito de promover e dialogar sobre estratégias para o desenvolvimento sustentável.
À reunião, compareceram representantes da Operação Amazônia Nativa (OPAN), Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) e The Nature Conservancy (TNC), além da cacica Carolina Rewaptu e do cacique Estevão Tsimitsute, lideranças Xavante. Os parceiros foram recebidos por servidores da Procuradoria Federal Especializada (PFE), Assessoria Parlamentar (Aspar), Coordenação-Geral de Gestão Ambiental (CGGam), Coordenação-Geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento (CGEtno) e Coordenação-Geral de Monitoramento Territorial (CGMT).
Conforme Lola Rebollar, coordenadora da OPAN, a reunião foi agendada com o objetivo de compartilhar as ações que vêm sendo realizadas na terra indígena, bem como os desafios que se colocam em matéria de gestão sustentável do território. Mas, principalmente, a reunião teve o intuito de restabelecer uma interlocução que foi interrompida pelo governo anterior.
O coordenador-geral da CGEtno, José Pereira, lembrou que a Terra Indígena Marãiwatsédé encontra-se atualmente em um estado de degradação considerável, em decorrência do desmatamento praticado ilegalmente por invasores para criação de gado, que já vinha sendo praticado antes que os Xavante retomassem seu território mediante determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2013.
Artema Lima, coordenadora da OPAN, elencou projetos desenvolvidos no território Xavante, como a elaboração do Plano de Gestão da Terra Indígena Marãiwatsédé (2016), atividades de restauração ambiental e promoção da segurança alimentar. Essas ações são realizadas à luz da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), que tem o etnomapeamento e etnozoneamento como seus dois principais instrumentos. Nesse sentido, o coordenador-geral da CGGam, Francisco Melgueiro, destacou que o Comitê Gestor da PNGATI será reinstalado nos dias 3 e 4 de julho, após sua desativação no governo antecessor.
Uma das iniciativas de sucesso é a Rede de Sementes do Xingu, que reúne coletores de sementes nativas para reflorestamento. Entre os diversos grupos de coletores que compõem a rede, incluem-se 120 mulheres da terra indígena Marãiwatsédé, que produzem anualmente quase duas toneladas de sementes de cerca de 37 espécies. Dessa produção, 90% é comercializada entre os fazendeiros da região com fins de restauração ambiental, sendo que toda a renda gerada é retornada diretamente para as mulheres. O restante da produção (10%) fica na terra indígena, para aplicação em viveiros florestais e plantio, visando à manutenção dos bancos de sementes dos indígenas e à condução da recuperação das áreas degradadas.
Segundo a cacica Carolina Rewaptu, “a coleta de sementes ajudou no fortalecimento de valores tradicionais do nosso povo”.
De agora em diante, a expectativa é de que a Funai, o povo Xavante e as organizações parceiras reúnam esforços e atuem sinergicamente a fim de promover a sustentabilidade ambiental, social e econômica na terra indígena Marãiwatsédé.
Assessoria de Comunicação/Funai