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Funai contribui para diálogo sobre mudança de nome do Parque Nacional do Descobrimento
Foto: Lohana Chaves
O Parque Nacional do Descobrimento (PND) está em pauta, com uma ação de escuta social promovida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, visando entender a perspectiva da sociedade em relação ao nome do parque. A criação, em 1999, ocorreu no contexto das celebrações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil, sem consulta à comunidade. Movimentos sociais e comunidades indígenas tem destacado a necessidade de uma mudança que reflita a realidade histórica da região.
Na ocasião da assinatura do Termo Aditivo para a prorrogação do Termo de Compromisso nº02/2018, firmado entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o povo Pataxó em março deste ano, a presidenta da Funai, Joenia Wapichana, sugeriu que o Parque Nacional do Descobrimento ganhe um nome em língua Pataxó, já que a palavra “descobrimento” não condiz com o histórico do Brasil, que, na verdade, foi invadido e não descoberto. Essa fala, somada à reivindicação da comunidade indígena, sensibilizou o ICMBio de modo que o parque será o primeiro a mudar de nome no Brasil.
Um grupo de trabalho, formado por conselheiros do PND e consultores externos tem liderado esse projeto. Reuniões presenciais e uma enquete online foram realizadas, abrindo espaço para a sociedade se manifestar sobre a possibilidade de mudança e sugerir novos nomes.Juliana Fukuda, chefe do Parque Nacional do Descobrimento, ressalta que o nome atual não reflete a importância ecológica do parque.
A iniciativa da Funai em apoiar esse processo de escuta social destaca seu compromisso com o diálogo aberto sobre questões que envolvem as comunidades locais e a preservação ambiental. As discussões sobre a mudança do nome ganharam força em fevereiro durante oficinas preparatórias da revisão do Plano de Manejo do PND.
O movimento de descolonização do nome destaca não apenas a necessidade de alterar o termo "Descobrimento" mas também questiona práticas coloniais associadas a esse nome. A palavra é vista como antropocêntrica, etnocêntrica e homogeneizadora, reforçando visões coloniais que marginalizam outras formas de vida e perspectivas.
O Grupo de Trabalho criado para debater a mudança apresentará os resultados em uma audiência pública em 1º de dezembro. Espera-se que essa iniciativa vá além da simples mudança de nome, contribuindo para a discussão mais ampla sobre heranças colonialistas no Brasil.
Participe da enquete online até 22 de novembro: https://abrir.link/yL2Wx
Assessoria de Comunicação/Funai
com informações do ICMBio e Conselho Consultivo do Parque Nacional do Descobrimento