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Prevenção ao Suicídio
Funai apoia ação de formação em Antropologia para prevenção ao suicídio do povo Enawenê-Nawê
A Coordenação de Acompanhamento de Saúde Indígena (Coasi/CGPDS) da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) apoiou o Distrito Sanitário Especial Indígena de Cuiabá/MT (Dsei CGB) em uma ação de formação em Antropologia aplicada para os profissionais da saúde e educação sobre o universo sociocosmológico, organização social e noções de bem viver e saúde do povo de recente contato Enawenê-Nawê.
Ministrada pelo antropólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP) Márcio Silva no período de 14 a 18 de agosto, no Polo Base Brasnorte (MT), a iniciativa tem como objetivo buscar a empatia e o conhecimento dos processos de adoecimento e cura, e foi motivada devido a dois suicídios e várias tentativas entre a população jovem do povo Enawenê-Nawê, fato que deixou profissionais de saúde e anciãos sem saber lidar com este problema.
Também participam da ação a Coordenação Regional (CR) do Noroeste do Mato Grosso, a Coordenação Técnica Local (CTL) Vilhena 2, a Operação Amazônia Nativa (Opan), a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) de Mato Grosso, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Secretaria Municipal de Saúde de Brasnorte e a Fundação São Vicente de Paulo (FSVP).
A ação se antecede ao mês de setembro, em que ocorre, anualmente, a campanha Setembro Amarelo, que alerta sobre a importância da prevenção ao suicídio. De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar os episódios subnotificados, pois, com isso, estima-se mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
Em relação aos indígenas, a realidade é preocupante. Em 2022, foram registrados 115 suicídios no Brasil, segundo dados públicos obtidos pelo Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil do Cimi junto ao Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e às secretarias estaduais de saúde da Bahia, do Mato Grosso do Sul e de Roraima.
Os três estados que registraram maior número de óbitos indígenas por suicídio em 2022 foram Amazonas (44), Mato Grosso do Sul (28) e Roraima (15). Mais de um terço das mortes – 39, o que equivale a 35,1% – ocorreram entre indígenas com até 19 anos de idade.
Entre 2019 e 2022, foi registrado um total de 535 suicídios de indígenas no Brasil. Os mesmos três estados mantiveram-se como os com maior número de casos no período: Amazonas (208), Mato Grosso do Sul (131) e Roraima (57), que somaram, juntos, quase três quartos (74%) do total de casos registrados no país.
Assessoria de Comunicação/Funai