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Força-tarefa intensifica ações de atendimento emergencial aos indígenas Yanomami
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A força-tarefa do Governo Federal voltada aos indígenas Yanomami segue intensificando as medidas de proteção a esse povo. O Ministério dos Povos Indígenas e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) acompanham a situação in loco a fim de garantir a efetividade das ações.
Em coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (6), a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, confirmou a retomada da reforma da pista de pouso na região de Surucucu, que faz parte da Terra Indígena Yanomami em Roraima. Com as obras, será possível iniciar a montagem de um hospital de campanha dentro da região e ter uma abordagem mais próxima da comunidade. A previsão é de que as ações sejam finalizadas em até três semanas.
No domingo (5/02), a ministra visitou o polo base Surucucu e sobrevoou a região de Homoxi Hewetheu – onde ainda há concentração de garimpeiros. A comitiva contou com representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Articulação dos Povos Indígenas do brasil (Apib), além de lideranças indígenas.
A diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Lucia Alberta Andrade de Oliveira, participou dos trabalhos. Durante a entrevista coletiva, ela compartilhou as principais impressões da visita técnica. Segundo ela, em sobrevoo às regiões do Xitei e Homoxi, foram avistados grandes trechos de devastação e forte presença de garimpeiros em áreas muito próximas às aldeias. "São garimpos muito grandes e devastadores", ressaltou.
Lucia Alberta destacou que é preciso fortalecer ainda mais a presença do Estado, efetuando a retirada dos garimpeiros e ampliando o atendimento de saúde na região de Surucucu. "A situação da saúde lá é muito grave. São muitos indígenas doentes, muitas mulheres e crianças", alertou. Outro ponto fundamental é estabelecer um plano de reconstrução da capacidade dos indígenas de produzir a própria alimentação. Isso envolve a recuperação dos rios e terrenos degradados e uma parceria para formular um plano de produção de alimentos, com entrega de ferramentas, sementes e insumos.
"Os parentes Yanomami precisam ter paz, ter qualidade de vida, e nós como Estado temos que garantir a terra como um bem viver desses povos. Eles vivem com medo. Nós vimos o medo no rosto daquelas pessoas", relatou a diretora da Funai.
Retirada dos garimpeiros
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou na segunda-feira (06) que as operações de segurança voltadas para a retirada dos garimpeiros da região terão início nesta semana. Dino disse acreditar que aproximadamente 80% dos garimpeiros deixarão o território indígena antes mesmo de a fase coercitiva ter início. "O fluxo de saída de garimpeiros está na casa de milhares e vai aumentar", disse.
Combate à fome
Segundo Sonia Guajajara, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome está providenciando os equipamentos para a perfuração dos poços artesianos e, também, para a construção de cisternas para armazenamento de água. “Nesse momento é urgente o acesso à água potável para o povo Yanomami beber dentro do território. Hoje eles são impedidos em função da presença do garimpo ilegal e da contaminação das águas. Estamos na missão de devolver a dignidade para este povo”, afirmou.
Sonia Guajajara permanece em Roraima até quarta-feira (8/02), quando está prevista a chegada dos ministros da Defesa, José Múcio; do ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida; do secretário especial de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, e da presidente da Funai, Joenia Wapichana.
Balanço
Até o momento, o Governo Federal entregou mais de 76,7 toneladas de mantimentos e medicamentos à população Yanomami. O número é referente a 3.839 cestas básicas. O trabalho é coordenado pela Funai e pelo Ministério da Defesa e executado pela Força Aérea Brasileira (FAB), que transporta suprimentos desde 21 de janeiro. Neste período, a FAB viabilizou cerca de 51 evacuações aeromédicas com indígenas em situação grave de saúde. No Hospital de Campanha da FAB, que está localizado ao lado da Casai, em Boa Vista (RR), os militares já realizaram cerca 720 atendimentos médicos.
Reforço
No último domingo (5/02), mais 40 profissionais da Força Nacional do SUS chegaram a Boa Vista. Destes, 28 serão capacitados para fazer o diagnóstico de malária e desnutrição em três polos de atendimento sanitário dentro do território Yanomami: Auaris, Surucucu e Missão Catrimani. Os demais vão completar a equipe que realiza atendimentos na Casa de Saúde Indígena (Casai). No grupo há nutricionistas, farmacêuticos, assistentes sociais, médicos e enfermeiros – todos habilitados no programa do Ministério da Saúde.
Assessoria de Comunicação da Funai
Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República