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Em evento sobre os 20 anos do Estatuto da Pessoa Idosa, Funai destaca o papel dos anciões e anciãs indígenas
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) marcou presença nesta terça-feira (03) no “Seminário: Envelhecer é o nosso futuro: 20 anos do Estatuto da Pessoa Idosa”, promovido em Brasília pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). No evento, a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Lucia Alberta Andrade, destacou a importância dos anciãos e anciãs indígenas.
Lucia Alberta foi uma das palestrantes da mesa temática “Direito ao Envelhecer e as Velhices Plurais”, abordando o tema do ponto de vista da realidade indígena. Na ocasião, a diretora assinalou que os anciãos e anciãs indígenas participam ativamente das atividades em suas aldeias, são guardiões da cultura e de conhecimentos ancestrais e são vistos pelos demais como conselheiros. Nos processos de demarcação de terras indígenas, eles são as principais fontes de informação e salvaguarda de conhecimento dos territórios. “Os anciãos e anciãs são os verdadeiros símbolos da resistência e da resiliência dos povos indígenas“, ressaltou.
Segundo a diretora, alguns fatores que contribuem para o envelhecimento saudável em determinadas comunidades indígenas são a alimentação balanceada, a realização de atividade física e o ambiente natural onde vivem. “Se o indígena vive na sua terra demarcada, sem invasores, sem garimpo, sem a retirada ilegal de madeira, ele consegue ter uma vida e um envelhecimento muito saudáveis“, enfatizou.
Lucia pontuou ainda que os povos indígenas foram os mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, resultado da falta de atendimento de saúde adequado nas aldeias indígenas do país. Mais de 889 indígenas morreram em decorrência da covid-19, sendo verificada a contaminação de 41.250 membros de 161 povos.
“Dentre essas mortes, os povos indígenas perderam muitos anciões, muitos sábios. Foi e ainda está sendo uma comoção geral porque, para nós, os anciões têm uma importância muito grande. Muitos anciões e anciãs que tombaram levaram consigo conhecimentos ancestrais importantíssimos para seus povos. Junto com o ancião morre parte da cultura ou a cultura como um todo. Por isso o impacto da pandemia foi tão forte entre os povos indígenas”, ressaltou.
Data histórica
O Estatuto da Pessoa Idosa foi sancionado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante seu primeiro mandato, em 1º de outubro de 2003. A data também marca o Dia Nacional da Pessoa Idosa e o Dia Internacional da Pessoa Idosa, após decisão da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1990.
Assessoria de Comunicação / Funai