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Igualdade de direitos
Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia - Funai reforça a importância da data
Nesta quarta-feira (17), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) chama atenção para o Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia. Em abril deste ano, durante o Acampamento Terra Livre, lideranças indígenas leram um manifesto coletivo, apresentado durante a plenária LGBTQIA+, que enfatizava a importância da diversidade, além da necessidade de incorporar questões relacionadas à transfobia e à LGBTfobia nas ações e agendas do movimento indígena e da política indigenista em nível nacional.
A realização de uma plenária exclusiva para indígenas LGBTQIA+ foi um acontecimento marcante e abriu espaço para um diálogo com as lideranças indígenas. O documento intitulado "Vivendo em Cores: Defendendo Nossos Territórios" destacou que "Os indígenas enfrentam o obstáculo do racismo, isso é um fato. Quando pertencem à comunidade LGBTI+, enfrentam um estigma ainda maior. O suicídio, por exemplo, é uma realidade presente entre muitos povos indígenas e na comunidade LGBTI+. Quando essas duas identidades se cruzam, esse índice pode se tornar ainda mais alarmante".
Erisvan Guajajara, um dos criadores do Coletivo Tibira, organização LGBT+ Indígena, e outras lideranças indígenas LGBTQIA+ estiveram presentes nessa ocasião inédita, apresentando demandas vivências e palavras de ordem, como "Os indígenas LGBTQIA+ estão nas ruas para promover a revolução", além de expor as diferentes realidades vividas por pessoas LGBTQIA+ nas diferentes aldeias. A tônica da plenária, que contou com significativa presença dos demais participantes do ATL 2023, era a de mostrar que as pessoas indígenas LGBTQIA+ existem, contribuem e sempre contribuíram para as lutas de suas aldeias pela garantia dos direitos. Essa luta precisa ser reconhecida e as pessoas LGBTQIA+ também necessitam do apoio e respeito dos demais.
Ao longo do tempo, os indígenas LGBTQIA+ têm sido vítimas de violência e estereótipos decorrentes do projeto colonial que afeta suas vidas até hoje. No entanto, os movimentos indígenas estão empenhados em combater essas questões e promover discussões sobre sexualidade. Isso contribui para uma reflexão que permite que as narrativas indígenas documentem e transformem a história.
Assessoria de Comunicação/Funai
Com colaboração de Cleuber Amaro/Indigenista Especializado da Funai