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Retrospectiva 2021: Protagonismo indígena em diferentes áreas é destaque ao longo do ano
Foto: Divulgação
A Fundação Nacional do Índio (Funai) trabalha para a promoção do protagonismo e da autonomia de todas as etnias. No ano de 2021, vários indígenas se destacaram em diversas áreas como saúde, educação, esportes e inovação, sendo os verdadeiros protagonistas de suas próprias histórias.
Ilzinei da Silva, da etnia Baniwa, nunca havia saído de sua cidade, São Gabriel da Cachoeira (AM), até ingressar na faculdade. A indígena se formou em medicina na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em 2020, no início da pandemia. Desde formada, atende pacientes infectados na Unidade Básica de Saúde Nilton Lins, na capital. Em 2021, a profissional, que integra o quadro das Forças Armadas, retornou à sua cidade natal e passou a atender no Hospital de Guarnição do município, recebendo pacientes com sintomas de covid-19, incluindo mulheres Baniwa que não falam português.
A enfermeira Letícia Monteiro, de 44 anos, da etnia Taurepag, da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), foi responsável pelo monitoramento de comunidades indígenas durante a pandemia. A indígena é uma das enfermeiras da Divisão de Atenção à Saúde Indígena (Diasi) do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Leste Roraima, ligada à Secretaria Especial da Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde. Letícia tem, ao longo da pandemia, orientado indígenas das etnias Wai Wai, Macuxi, Taurepag e Wapixana para que se mantenham bem longe dos riscos de infecção.
O protagonismo da mulher indígena não ficou evidente apenas na área de saúde. Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, um grupo de indígenas cantoras do povo Kariri-Xocó participou do Concierto Multilingüe de Mujeres Indígenas, evento virtual promovido pela Secretaria de Cultura do Governo do México, com participação de mulheres indígenas de vários países. A participação das indígenas brasileiras foi mediada pela unidade descentralizada da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Maceió (AL).
Também divulgando a representatividade da arte indígena, Luakam Anambé viralizou na internet. As vendas das bonecas confeccionadas pela indígena aumentaram consideravelmente e passaram a ser feitas em canais digitais. Ela, que tinha decidido ser costureira após ver um programa na televisão, agora é uma inspiração para outras mulheres. A costureira patenteou suas bonecas, trouxe uma equipe de mais 4 pessoas de seu estado e criou o projeto “Mãos de fadas”, para ajudar mulheres paraenses que passam dificuldades a terem um ofício.
Ainda em 2021, a primeira turma de mulheres brigadistas indígenas no Brasil e na América Latina foi formada em agosto, na aldeia Cachoeirinha, localizada no município de Tocantínia (TO). A iniciativa, que partiu da própria comunidade, contou com o apoio da Funai e formou, ao todo, 29 indígenas para atuarem como brigadistas voluntárias em ações de prevenção e combate a incêndios florestais.
Nos esportes, jovens indígenas tiveram destaque ao longo do ano. Cauan Lucas, da etnia Pankararu, do estado de Pernambuco, da Terra Indígena de mesmo nome, localizada entre os municípios de Tacaratu e Petrolândia, foi contratado pelo Clube de Regatas Vasco da Gama para sua seleção juvenil. Jogando na posição de meio-campo, o jovem de 17 anos trouxe alegria e esperança para sua comunidade.
Já o indígena sul-mato-grossense Yuri Moreira Benites, de 16 anos, da etnia Guarani Kaiowá, foi uma das grandes atrações da delegação brasileira que disputou o 25º Campeonato Sul-Americano Sub-18 de Atletismo, em Encarnación, no Paraguai. Ele conquistou a medalha de bronze na prova de lançamento de dardo e ajudou o Brasil a manter a hegemonia no campeonato.
Destaque também foi o time de futsal feminino de garotas indígenas da etnia Apinajé, do estado do Tocantins, que participou dos Jogos Escolares Brasileiros – JEB’s 2021, no Rio de Janeiro. Mais do que a competição esportiva, o futsal abriu as portas de um novo mundo para as 11 meninas integrantes da equipe indígena, que viveram experiências inéditas que extrapolaram os limites do esporte.
Na área da educação, Clênio Tserebutuwe, indígena de 25 anos da etnia Xavante, Terra Indígena Parabubure, localizada em Campinápolis (MT), passou em 1º lugar no curso de Biologia da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus de Nova Xavantina, trazendo representatividade à sua etnia em todo o Brasil.
Já a estudante Elaine Borari se tornou a primeira gestora ambiental indígena formada em uma universidade pública brasileira. Elaine concluiu o curso de Gestão Ambiental do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).
Assessoria de Comunicação/Funai