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Operação da Polícia Federal combate garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami
Foto: Polícia Federal
A Polícia Federal (PF) deflagrou na terça-feira (24) a operação Nicodemos, com o objetivo de investigar a atuação de um proprietário de terras onde funcionaria um dos principais portos clandestinos que suportam a exploração ilegal de minério na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
Um mandado de busca e apreensão foi cumprido no município de Alto Alegre (RR), em uma fazenda que fica às margens do Rio Mucajaí. No local, funcionaria o único porto de acesso a garimpos na região do baixo rio Mucajaí, na Terra Indígena Yanomami.
O proprietário, suspeito de envolvimento com a atividade de garimpagem ilegal, foi preso em flagrante com munições e uma pequena quantidade de ouro.
No último dia 19, a PF deflagrou também a segunda fase da operação URIHI WAPOPË, com o intuito de desarticular uma organização criminosa dedicada à extração de minério em garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami e sua posterior comercialização.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4ª vara Federal Criminal, na residência de quatro investigados. As investigações da operação indicam que o grupo criminoso ligado a uma empresa de táxi aéreo e a outra empresa de poços artesianos possuem por volta de 20 helicópteros, destinados ao transporte do minério extraído ilegalmente.
Investimento da Funai em fiscalização cresce 151% em 3 anos
O investimento da Fundação Nacional do Índio (Funai) em fiscalização de Terras Indígenas em todo o país chegou a R$ 82,5 milhões entre 2019 e 2021. Os valores superam em 151% o total investido entre os anos de 2016 e 2018, cujo aporte ficou em torno de R$ 32,8 milhões. A proteção das aldeias é uma das prioridades na atuação da Funai. As ações fiscalizatórias e de monitoramento territorial são fundamentais para garantir a segurança das comunidades, bem como para coibir ações ilícitas, tais como extração ilegal de madeira, atividade de garimpo e caça e pesca predatórias.
Mais de 1.200 ações foram realizadas nesse período e, como resultado, foi constatada uma uma queda de 33,46 % no desmatamento em Terras Indígenas da Amazônia Legal entre 2019 e 2021, segundo dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A redução na taxa de desmatamento apurada reflete o resultado dos esforços das ações de proteção territorial do Governo Federal, que ganharam força por meio de grandes operações como a Verde Brasil, Plano Amazônia 2021/2022 e Operação Guardiões do Bioma.
A Funai conta ainda com o Centro de Monitoramento Remoto (CMR), plataforma web que disponibiliza informações geoespaciais de Terras Indígenas. A tecnologia possibilita o acompanhamento diário de ocorrências como desmatamento, degradação e queimadas em áreas indígenas por meio de imagens gratuitas do satélite Landsat, sensor OLI. A Funai apoia também diversas operações conjuntas de fiscalização e proteção territorial realizadas em parceria com órgãos ambientais e de segurança pública, entre eles, Polícia Federal, Força Nacional, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Forças Armadas.
Uma das áreas prioritárias tem sido a Terra Indígena Yanomami (RR). Em, 2021, com foco na proteção dos indígenas de Roraima, uma operação conjunta combateu o garimpo ilegal e resultou na inutilização de 22 aeronaves, além da apreensão de outras 89 e fiscalização de 87 pistas de pouso clandestinas na área Yanomami. A Operação Yanomami, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), contou com o apoio da Funai. Houve ainda 38 prisões relacionadas a crimes ambientais, apreensão de quase 30 mil quilos de minério, 850 munições e nove embarcações. Além disso, foram inutilizados 89 mil litros de combustíveis, 10 balsas, 11 veículos, quatro tratores e 22 postos de combustíveis interditados. Conheça aqui outras ações na região.