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No Rio de Janeiro, obras promovem melhorias nas instalações do Museu do Índio/Funai
Foto: Divulgação/Funai
O Museu do Índio (MI), unidade descentralizada da Fundação Nacional do Índio (Funai) localizado na cidade do Rio de Janeiro e responsável pela parte científico-cultural do órgão, vem realizando diversas obras para reforma e melhorias em suas instalações. O objetivo é garantir a segurança dos visitantes, funcionários e dos mais de 100 mil itens do acervo abrigado nas oito reservas técnicas existentes no museu.
Durante o último ano, as seguintes etapas da reforma foram executadas, de forma simultânea: projeto de prevenção contra incêndio e pânico; de renovação integral da rede elétrica; e reforma de telhados e readequação de salas da direção e das coordenações do museu e dos espaços de processamento técnico e guarda dos acervos.
Desde o ano de 2016, os espaços expositivos do MI encontram-se fechados para visitação do público, tendo em vista a inadequação da estrutura das edificações ocupadas pelo museu às exigências legais e de segurança e prevenção de incêndios do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ).
Inaugurado em 1953, o órgão compreende, atualmente, um conjunto arquitetônico do qual fazem parte um casarão, construído em 1880 e tombado pelo Iphan em 1967, e outras sete edificações, onde trabalham os servidores da unidade e estão abrigadas as reservas técnicas do órgão. As obras beneficiarão todas essas unidades. Mesmo fechado temporariamente, o MI continua realizando atividades de preservação, pesquisa, educação e divulgação, atendendo às demandas do público de maneira remota.
Prevenção de incêndios
O projeto de prevenção contra incêndio e pânico consiste na instalação de tubulações hidráulicas e hidrantes para combate a incêndio nas dependências do museu; central de alarmes ligada a sensores de fumaça; sensores de temperatura e botões de acionamento manual dos alarmes em salas; placas de sinalização e corrimãos para segurança em escadas de acesso a espaços do museu e aos mezaninos localizados em salas das reservas técnicas (ambientes destinados à guarda dos acervos museológico e arquivístico).
De acordo com o engenheiro Francisco Amauri, responsável pela obra, o projeto de incêndio foi elaborado visando atender a todos os setores do museu. “Hoje, o museu está com todo seu sistema de incêndio preparado para qualquer eventual problema que possa ter”, explica. O MI está, atualmente, trabalhando na contratação da segunda etapa da obra, que possibilitará a obtenção da documentação necessária para a aprovação do projeto executado junto ao CBMERJ.
Renovação da rede elétrica
“Nós temos aqui um dos blocos onde se encontra toda a parte administrativa do museu, que está passando por uma obra muito importante de renovação da parte elétrica”, explica Giovani. As obras de renovação da infraestrutura elétrica da instituição abrangem a troca de toda a fiação elétrica do museu e a criação de uma nova infraestrutura de eletrodutos.
Além de contribuir com a operação dos equipamentos que integram o sistema de prevenção contra incêndios, a modernização do sistema elétrico vai permitir a automação dos sistemas de monitoramento e operação das reservas técnicas e espaços expositivos, ação fundamental à garantia da preservação e à incorporação de novos itens aos acervos museológicos, arquivístico e bibliográfico do órgão.
A adequação da rede elétrica às normativas vigentes está em fase final e vai proporcionar ainda maior segurança contra sinistros ao Centro de Processamentos de Dados (CPD) instalado e em funcionamento no MI, onde está abrigada parte do acervo da instituição que já foi digitalizado, e também aos demais equipamentos utilizados em tarefas rotineiras ou mais específicas.
Readequação dos espaços
Executada simultaneamente ao projeto de modernização da rede elétrica, a obra de readequação de espaços do MI abrange as instalações que abrigam as reservas técnicas, laboratórios, espaço de exposições, escritórios dos projetos e salas da direção e coordenações do órgão.
Essas intervenções visam assegurar um ambiente adequado e seguro ao funcionamento das instalações técnicas, sistemas e equipamentos necessários à atuação museológica e à reabertura do museu, proporcionando conforto aos servidores e usuários das instalações do órgão, bem como o cuidado necessário com os bens culturais protegidos pela instituição.
Outras iniciativas
Entre as obras previstas para atendimento ao público está também a reconstrução da recepção aos visitantes. A edificação tradicional Guarani, localizada no jardim de entrada do museu, estava em vias de desabamento, colocando em risco a segurança de servidores que diariamente circulavam pelo espaço para identificação pessoal ao entrar e sair da instituição.
No intuito de valorizar o conhecimento tradicional Guarani, uma associação indígena foi contratada, no início de 2020, para reconstrução da casa. Entretanto, o andamento do trabalho ficou comprometido devido à pandemia, pela necessidade de isolamento dos indígenas na aldeia. Atualmente, a direção do museu estuda a possibilidade de projetos alternativos para recompor a identidade arquitetônica, que é um "cartão de visita" da instituição.
Recentemente, o MI iniciou a fase preliminar da obra do casarão central, denominada identificação e conhecimento do bem. A etapa contará com a realização dos estudos necessários para a elaboração de um diagnóstico e, posteriormente, do projeto básico e executivo de reforma do espaço.
Novas perspectivas de atuação
O avanço da pandemia da covid-19 obrigou os museus de todo o mundo a repensarem suas ações de forma a encontrar estratégias para manter o diálogo com o público, contornando as distâncias impostas pelo isolamento social, de modo que as ferramentas digitais se apresentaram como um caminho inescapável para que a instituição pudesse continuar a se comunicar, expor seus acervos e prestar serviços à sociedade.
Nos últimos anos, foram realizados investimentos na digitalização dos acervos e no aprimoramento da arquitetura das informações disponíveis nos repositórios digitais e bancos de dados para armazenamento, organização e difusão do patrimônio cultural indígena. O fato de a maior parte do acervo arquivístico do MI estar digitalizado e disponível para acesso remoto fez com que o atendimento ao público não fosse interrompido durante a pandemia, permitindo a pesquisadores e outros usuários a consulta e o recebimento dos arquivos de interesse.
Assessoria de Comunicação/Funai
com informações do MI