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No Dia Internacional da Mulher, Funai reforça compromisso com o protagonismo das mulheres indígenas
Foto: Guto Martins / Funai
Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a Fundação Nacional do Índio (Funai) destaca a força e o protagonismo da mulher indígena em diferentes espaços e setores da sociedade, reafirmando o seu compromisso com a autonomia feminina em comunidades indígenas de todo o país, entre as mais de 300 etnias existentes no território nacional.
Mulheres da etnia Paresi, do estado do Mato Grosso, por exemplo, vêm rompendo barreiras e tem se sobressaído como importantes lideranças indígenas em suas aldeias e como profissionais em diversas áreas do conhecimento, entre elas gestão, educação, agronomia e medicina, fazendo diferença na comunidade em que vivem e ocupando espaços significativos na sociedade.
A jovem Liliane Kenezokaerocê, de 24 anos, saiu da Terra Indígena para estudar na cidade de Tangará da Serra (MT). Ela está no 6º semestre do curso de Agronomia e pretende levar o conhecimento adquirido na graduação para sua aldeia. “Tenho muito orgulho de ser indígena e quero contribuir com minha comunidade. Depois que eu terminar a faculdade, vou retornar para a aldeia e trabalhar desenvolvendo nossa agricultura”, destaca Liliane.
Valdirene Avelino, também da etnia Paresi, é moradora da Aldeia Wazare, Terra Indígena Utiariti, em Campo Novo dos Parecis (MT). Ela é professora da Escola Indígena Wazare desde a sua inauguração, em 2011, e leciona do pré-escolar ao 6º ano. “Ensinamos nossa língua nativa e o português, além das outras disciplinas como matemática e ciências aos indígenas da região. A educação é a base de tudo para termos um emprego melhor, uma qualidade de vida melhor. É muito gratificante ver nossos alunos, nossos filhos entrando na faculdade e se inserindo no mercado de trabalho”, salienta.
Nalva Maizokaero é médica e atua em sua comunidade indígena desde que se formou, há três anos. “Muitos não acreditavam que eu ia conseguir concluir o curso, mas cheguei lá. Nós mulheres indígenas somos corajosas e somos capazes de enfrentar todos os preconceitos. Temos força e brigamos muito por coisas melhores para nossa comunidade. Queremos ter liberdade de escolha, e precisamos, acima de tudo, de respeito, em todos os sentidos”, ressalta Nalva.
Já Eliane Aparecida Zoizocairoce se destaca como presidente da Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki (Coopihanama). “É uma grande experiência e um desafio enorme. Represento uma população de cerca de 1.950 indígenas. Vejo isso como um exemplo para outras mulheres. Mesmo a gente cumprindo diversos papeis e tendo inúmeras responsabilidades, somos capazes de conseguir nossos objetivos e ser o que a gente quiser. Nada é impossível, basta planejamento e disciplina”, reforça Eliane.
Atuação
Por meio da Coordenação de Gênero, Assuntos Geracionais e Participação Social (Cogen), vinculada à Coordenação-Geral de Promoção da Cidadania (CGPC), a Funai atua com o propósito de apoiar as mulheres indígenas na busca da não-discriminação e fortalecimento do papel delas na promoção do bem viver, sempre considerando a diversidade e a especificidade dos povos. Dessa forma, pode-se estabelecer um processo de escuta de suas demandas pelos órgãos de governo para se criarem ações específicas.
Assessoria de Comunicação / Funai