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Funai recebe lideranças Kayapó para debater projeto sustentável desenvolvido pela etnia
Foto: Mário Vilela/Funai
A Fundação Nacional do Índio (Funai) recebeu na terça-feira (31) lideranças Kayapó para tratar de um projeto de produção sustentável apresentado por cooperativas indígenas da etnia à Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da fundação (DPDS). A reunião contou com a presença do presidente da Funai, Marcelo Xavier, que reforçou o apoio da instituição ao etnodesenvolvimento em aldeias de todo o país.
“O indígena tem o direito de buscar qualidade de vida e dignidade. A Nova Funai quer que os indígenas, efetivamente, sejam os protagonistas da própria história. E cabe reforçar que a busca por melhores condições de vida não significa perda de identidade étnica em lugar algum”, ressaltou Xavier durante o encontro.
O diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável, Fernando Moreira, destacou a importância para as comunidades Kayapó em buscarem a devida capacitação antes de iniciarem atividades produtivas. “Nós entendemos a luta de vocês e estamos juntos nesta luta. A Funai vai apoiar orientando para que vocês possam desenvolver os seus projetos da melhor forma possível, de maneira correta e segura", completou o diretor.
Já o coordenador-geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento, Denis Soares, abordou o auxiliou a ações de geração de renda e emprego nas Terras Indígenas. “Vocês têm um longo caminho pela frente, e a Funai se propõe a auxiliá-los. Vamos assessorá-los na aquisição de conhecimento, porque não tem como empreender sem conhecer”, afirmou Soares.
Iniciativa
Lideranças indígenas das cooperativas Djudjetykti, Pykatoti, Irejadmim e Corotire demonstraram interesse em desenvolver projetos de agricultura mecanizada nas aldeias das Terras Indígenas Kayapó, localizadas no sul do Pará. “Viemos pedir para os senhores apoio para esse projeto. Cada cacique veio para representar a sua aldeia”, relatou o jovem cacique Tussan Kayapó.
O cacique Ropne Kayapó falou sobre os avanços que as aldeias esperam conquistar com as ações produtivas nas comunidades, que devem beneficiar cerca de 1.750 famílias indígenas. “Quero dizer aos senhores que viemos em busca de apoio para que nós possamos trabalhar e ajudar a nossa aldeia a construir casas. Precisamos dos recursos desse projeto para fazer nossas estradas, pontes e a melhoria de qualidade de vida da minha comunidade", afirmou o cacique.
Compuseram a mesa que recebeu as lideranças no auditório da Funai, o presidente da fundação, Marcelo Xavier; o diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável, Fernando Moreira; o coordenador-geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento, Denis Soares; o coordenador de Projetos Demonstrativos da fundação, Wilde Fernandes; e o advogado das cooperativas agrícolas da etnia Kayapó, Cléber Guimarães.
Apoio da Funai
Na reunião com os caciques Kayapó, Marcelo Xavier enfatizou o apoio da fundação à produção indígena ao citar a entrega de 40 tratores a comunidades de todo o país. Xavier destacou o suporte da Funai à participação de mais de 30 agricultores indígenas de diferentes etnias na “AgroBrasília 2022: Feira de Tecnologia e Negócios do Agro”, realizada em maio no Distrito Federal.
“Faz dez anos que essa feira acontece aqui em Brasília e nunca ninguém pensou em trazer indígenas como expositores ao evento. Nós providenciamos um estande lá. Vieram indígenas Paresi, Xavante, Guajajara, Kaingang, Suruí, Cinta-Larga, que fizeram a exposição dos seus produtos. Isso nunca aconteceu antes, foi um feito inédito e muito positivo, que mostra que vocês têm muito potencial”, concluiu Xavier.
No mês de abril, a Funai havia promovido a visita de indígenas Kayapó a lavouras cultivadas pelas etnias Xavante, Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki, no Mato Grosso. O objetivo foi incentivar o intercâmbio entre os indígenas e permitir o conhecimento da agricultura de referência desenvolvida pelas comunidades do Centro-Oeste.
Na ocasião, a comitiva dos indígenas Kayapó conheceu o trabalho de três cooperativas indígenas: a Cooperativa Indígena Sangradouro/Volta Grande (Cooigrandesan), da etnia Xavante; a Cooperativa Agropecuária do Povo Indígena Haliti (Coopiparesi); e a Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas Haliti-Paresi, Nambikwara e Manoki (Coopihanama).
Assessoria de Comunicação/Funai