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Funai propõe solução em saneamento básico por meio do cultivo de banana em Terra Indígena do MT
Foto: Divulgação / Funai
A unidade da Fundação Nacional do Índio (Funai) com sede em Barra do Garças (MT) iniciou um projeto piloto de saneamento básico por meio do plantio de bananeiras na Terra Indígena São Marcos da etnia Xavante. A primeira etapa do projeto se deu entre os dias 17 e 21 de janeiro, quando ocorreram a oficina e os mutirões com as famílias indígenas para o plantio dos círculos de bananeiras. A iniciativa é realizada em parceria com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante.
"Próximo à cada casa na aldeia, há uma torneira usada pelas famílias para diversos fins, como cozinhar, lavar louça, lavar roupas e tomar banho. Depois de usada, essa água ficava acumulada no terreno ao redor, gerando mau cheiro e expondo as famílias a doenças. Por isso, a Coordenação Regional Xavante buscou colaborar na solução deste problema apresentando este projeto à Coordenação-Geral de Gestão Ambiental (CGGAM) da Funai”, explica o chefe do Serviço de Gestão Ambiental e Territorial (Segat), Eduardo Monteiro.
“Já que o DSEI Xavante é responsável pelo saneamento e pelo sistema de distribuição de água através de poços artesianos na comunidade indígena, propusemos uma parceria ao órgão para realizar o projeto piloto da instalação dos círculos de bananeiras em todas as 32 torneiras da aldeia Nossa Senhora de Fátima, onde vivem cerca de 300 pessoas. No final desse projeto, o Segat vai continuar monitorando e produzindo dados para aprimorar um modelo que, a longo prazo, possa ser replicado em larga escala nos sistemas de abastecimento de água implementados pelo DSEI nas aldeias Xavante”, afirma Monteiro.
“A próxima etapa do projeto será a finalização dos círculos com a instalação de ralos e canos para escoamento da água das torneiras até os círculos de bananeiras. Além destas etapas, avaliamos instalar mais um projeto piloto em outra aldeia em um novo Plano de Trabalho de 2022”, explica a indigenista especializada da Funai, Maíra Ribeiro.
Objetivos
O projeto tem três objetivos:
a) melhorar o saneamento ambiental das aldeias, canalizando a água das torneiras externas que abastecem as casas, evitando assim o acúmulo de lama, a geração de mau cheiro e a presença de moscas ao redor das casas;
b) reaproveitar a água usada nas torneiras pelas famílias indígenas;
c) produzir alimentos por meio do cultivo irrigado de bananeiras e outros cultivos.
Como funciona o projeto?
Os círculos das bananeiras são módulos ecológicos familiares de tratamento e reaproveitamento de “águas cinzas”, ou seja, não utiliza água de privada ou que tenha contaminação química. Esse método consiste na instalação de um cano de escoamento da água até um buraco de cerca de 1 m³, que é preenchido com madeira, galhos e folhas. Ao redor de cada buraco são plantadas cinco bananeiras.
Esse buraco fica completamente coberto pela madeira e folhas, eliminando a água parada e o mau cheiro. Juntos, a madeira, os galhos e as raízes das bananeiras funcionam como um filtro para a água descartada. Ao logo do tempo, esses materiais contribuem para o aumento da fertilidade do solo e a produção das bananas.
Assessoria de Comunicação / Funai