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Funai promove conservação de quelônios em Terras Indígenas do Amapá e Tocantins
Além da capacitação de manejo, também ocorreu a soltura de 2,4 mil filhotes de tracajás. Foto: Divulgação/Funai
A Fundação Nacional do Índio (Funai) promoveu oficinas de capacitação no manejo comunitário de quelônios (tartarugas) amazônicos na Terra Indígena Xambioá, em Santa Fé do Araguaia (TO), e na Terra Indígena Uaçá, município de Oiapoque (AP), onde também ocorreu a soltura de 2,4 mil filhotes de tracajás. A inciativa envolveu 17 agentes ambientais indígenas e cerca de 130 estudantes indígenas no último dia 19, em um projeto da fundação que abrange outras 13 aldeais no estado do Amapá.
Realizado com apoio das unidades descentralizadas da Funai em Macapá (AP) e Palmas (TO), e da Coordenação-Geral de Gestão Ambiental (CGGAM) da fundação, por meio da Coordenação de Conservação e Recuperação Ambiental (CORAM), o projeto faz parte da implementação da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), fruto da parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O Plano de Trabalho incluiu a contratação de consultoria técnica para atuar em cinco Terras Indígenas da Amazônia: Xambioá, Uaçá, Torá, Catipari/Mamoriá e Kayapó.
As oficinas direcionam-se a servidores da Funai e indígenas. Cada capacitação teve a duração de três dias. "São atividades que promovem a educação ambiental entre as crianças indígenas, visto que estimulam a sua consciência cultural e ecológica”, explica a coordenadora-geral de Gestão Ambiental da Funai, Paula Cristina de Lima.
Para o coordenador regional da Funai em Macapá, Ilton Lima da Silva, o projeto proporciona o envolvimento da comunidade indígena com a conservação da fauna local. “É muito gratificante ver o esforço e o protagonismo dos indígenas na realização do manejo de quelônios. Quando a equipe da Funai chega à aldeia e visita o local do manejo é possível ver a dedicação e o cuidado de cada agente ambiental com o trabalho realizado. Com certeza é um grande passo rumo à conservação de quelônios amazônicos, à educação ambiental dos indígenas mais jovens e à conservação do meio ambiente”, observa.
“A capacitação realizada junto aos indígenas Xambioá foi fundamental no aprimoramento do projeto de manejo de quelônios que tem sido implementado na região desde o ano de 2006”, destaca o chefe da Coordenação Técnica Local (CTL) da Funai em Araguaína, Silivan Karaj. As próximas oficinas devem ocorrer em março e abril nas Terras Indígenas Torá e Catipari/Mamoriá, ambas localizadas no estado do Amazonas, e na Terra Indígena Kayapó, no Pará.
O chefe da CTL Oiapoque, Haroldo Vilhena, ressalta que, após um período de dificuldades para se realizar ações nas Terras indígenas devido à pandemia de covid-19, é importante para as equipes da Funai presenciar a continuidade do manejo dos quelônios nas aldeias. “As comunidades indígenas estão aderindo cada vez mais ao projeto e o número de filhotes de tracajás soltos cresce a cada ano”, pontua Vilhena.
Além das oficinas de capacitação, o edital do projeto prevê a realização de seminário regional para a troca de saberes e experiências entre indígenas e servidores da Funai. O objetivo é subsidiar a elaboração de um protocolo específico para o contexto das Terras Indígenas, o qual deverá estabelecer o monitoramento de projetos de manejo e conservação de quelônios como tracajás e tartarugas-da-Amazônia.
Assessoria de Comunicação/Funai